Os recursos arrecadados pelo Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações (Fust) poderão ser aplicados para promover o acesso
e facilitar o consumo do serviço de telefonia fixa pela população de baixa
renda. É o que estabelece projeto de lei (PLS 283/09) do senador Flexa Ribeiro
(PSDB-PA) aprovado nesta terça-feira, 13, pela Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE). A proposta, segundo observa o relator, senador Osmar Dias (PDT-PR), é
parcialmente inspirada na tarifa social adotada no setor de energia. Segundo
ele, as modificações no texto da Lei Geral das Telecomunicações (LGT) permitirão
o subsídio, quando necessário, para promover a universalização do acesso à
telefonia. Para garantir que o benefício seja restrito a pessoas realmente
necessitadas, o Executivo deverá adotar critérios diferenciados que reflitam a
condição socioeconômica do cidadão.
Osmar Dias observa que a
universalização da telefonia foi instituída como meta do Estado brasileiro desde
a reestruturação do setor, em 1997. Segundo ele, esse objetivo é a "razão de
ser" da criação do Fust, previsto na Lei Geral e regulamentado três anos mais
tarde. Apesar disso, conforme o senador, a universalização não avançou com a
rapidez desejada. Uma das razões para essa situação, segundo o senador, foi a
existência de limites incluídos no texto da LGT. Entre outras restrições, essa
lei veda a cobertura de custos com a universalização dos serviços que, nos
termos do contrato de concessão, a própria concessionária dos serviços é
obrigada a assumir, caso da telefonia fixa.
Ao retirar essas restrições
e permitir que parte do Fust seja usado para financiar o subsídio direto ao
consumo de serviços explorados em regime de concessão, Osmar Dias acredita que
haverá grande impulso à universalização. Segundo o senador, os recursos
arrecadados pelo Fust não estão sendo aplicados porque são contingenciados pelo
governo. A telefonia fixa, argumentou ele, jamais chegaria às comunidades
distantes, o que poderá acontecer com a aprovação deste projeto.
O
senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que apoiaria o projeto porque ele não é
excludente quanto à destinação dos recursos, mas afirmou considerar prioridade a
aplicação dos recursos Fust para assegurar a banda larga nas escolas. O senador
Renato Casagrande (PSB-ES) também lamentou o contingenciamento dos recursos do
Fust e lembrou do mesmo modo que o presidente Lula afirmou que dará prioridade
para a inclusão digital nas escolas com os recursos do fundo. Para a senadora
Rosalba Ciarlini (DEM-RN), o projeto "é meritório, pois vai beneficiar
comunidades de regiões que ainda não têm telefonia fixa".
A proposta
ainda será examinada pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação
e Informática (CCT), em decisão terminativa. As informações são da Agência
Senado.
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