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Para o presidente da Net, José Felix, as empresas do setor já trabalham com margem de retorno apertadas e há pouco espaço para manobra "mágica".
"Se essas empresas se aventurarem num mercado desconhecido, vão pagar um preço alto... Se não houver mudança na estrutura de custos, não tem mágica", disse Félix a jornalistas nesta quinta-feira.
Félix classificou como espantoso o valor pago pelos franceses para a compra da GVT.
Inicialmente, a Vivendi se dispôs a pagar 42 reais por ação da GVT --33,3 por cento a menos que sua oferta vitoriosa de 56 reais por papel. A Telefónica propôs desembolsar 50,50 reais por ação da GVT.
"É um negócio que ninguém entendeu no mercado. O preço pago é espantoso, mas não acredito que venham para fazer loucuras", acrescentou o presidente da Net.
A Net teve no terceiro trimestre margem Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação-- de 27 por cento, um ponto percentual acima da registrada um ano antes.
Maior empresa de TV por assinatura do país e com oferta também de serviços de banda larga e telefonia fixa, a Net pretende investir no ano que vem ao menos 1 bilhão de reais, em linha com o aplicado em 2009.
CELULAR NO PACOTE
A inclusão de serviço celular nos pacotes oferecidos pela Net está sendo analisada por meio de parceira entre a empresa e a operadora de telefonia móvel Claro.
A Net e a Claro tem entre seus principais acionistas as mexicanas Telmex e América Móvil, respectivamente, ambas do empresário Carlos Slim.
A Net não descarta novas aquisições de empresas de TV por assinatura, em especial na região Nordeste.
"O Nordeste mudou, tem mais poder aquisitivo. Começamos como uma empresa para as classes A e B... Penetrar na classe C é fundamental para se dar um salto no Brasil", disse Félix.
A Net terminou setembro com 2,790 milhões de clientes de banda larga, com expansão de 7 por cento sobre junho. A Telefónica, enquanto isso, tinha no final do terceiro trimestre 2,578 milhões de clientes de banda larga, o que representa queda de 5,5 por cento sobre o meio do ano.
A unidade brasileira do grupo espanhol foi proibida em junho pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de vender seu serviço Speedy de Internet rápida após uma série de interrupções de conexão em meses anteriores.
Após cerca de dois meses, no final de agosto, a Telefónica retomou as vendas do Speedy, depois de ter feito investimentos para estabilizar e ampliar a capacidade da rede.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/tecnologia,net-descarta-guerra-de-precos-com-chegada-da-vivendi-ao-brasil,476262,0.htm
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