Falar é o de menos

O clima era de euforia na sede da Apimec, em São Paulo, durante a divulgação do balanço de 2009 da Vivo. O presidente Roberto Lima deu algumas pistas sobre as estratégias adotadas pela operadora para se manter na liderança do segmento de telefonia móvel no Brasil. Uma delas - na verdade, a principal - será concentrar esforços na comercialização de dados. Nessa seara estão os downloads de aplicativos para celulares e serviços diversos, tais como um peculiar curso de inglês semanal que custará R$ 4.

Há três anos, a receita liquida da empresa proveniente da comercialização de dados não passava de 4%. Hoje, esse índice já é de 16%. "Olhamos para todas as fontes de receita, mas a venda de aplicativos se tornará cada vez mais importante", apontou Lima. As molas propulsoras desse novo nicho de negócio são o aumento do contingente de clientes do Vivo Internet e o crescimento contínuo da interatividade via SMS (mensagens). Atualmente, as receitas de Internet Móvel respondem pela maior fatia (48,5%) das receitas de dados da companhia.
Apesar da evolução do consumo de internet e interatividade, os clientes da operadora não estão falando menos ao telefone. Ao contrário: no último trimestre de 2009, a média de minutos falados ao celular alcançou quase duas horas (119 minutos) por mês, um aumento de 33,7% em relação ao período anterior. O mote da empresa para fazer com que mais gente converse ao celular é a profusão de ofertas. Com promoções que presenteiam os clientes com minutos gratuitos, por exemplo, a companhia faz com que mais pessoas recarreguem seus créditos. A base pré-paga, aliás, ainda representa a maior fatia dos serviços da operadora. Do total de 51 milhões de assinantes, 80% preferem comprar créditos antecipadamente.
Para este ano, a Vivo pretende investir R$ 2,4 bilhões. Desse total, a empresa vai separar 60% (ou R$ 1,44 bilhão) em cobertura de rede - principalmente no nordeste, onde começou a prestar serviços em 2008.
Para sanar antigos problemas de atendimento ao cliente, a gestão da Vivo sofrerá mudanças. Lima revelou que a companhia pretende dar mais liberdade para que todos os funcionários criem soluções de maneira mais rápida - ou seja, com menos burocracia. Um exemplo será o atendimento via SAC. Segundo o executivo, os operadores terão liberdade para ressarcir uma cobrança indevida, por exemplo, sem precisar consultar seu superior. "Queremos ser eficientes na ponta", sintetiza Lima.
No exercício de 2009, a operadora faturou R$ 22,8 bilhões - 3% a mais do que em 2008. Já o lucro chegou a R$ 857 milhões, mais que o dobro do alcançado no ano anterior.

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