por Carolina Meyer
Sempre que tem oportunidade, Roberto Lima, presidente da Vivo, lança mão do mesmo discurso: as operadoras de telefonia poderiam economizar uma fortuna se seguissem o exemplo das empresas de cartão de crédito, que compartilham o uso da rede.
(para quem não sabe, Roberto Lima foi presidente da Credicard antes de assumir a Vivo em 2005)
Ele vem batendo nessa tecla desde 2006, pelo menos — mas os executivos das outras operadoras sempre torceram o nariz. Afinal, como confiar algo tão estratégico a um concorrente? No entanto, a necessidade constante de baixar custos tem feito com que Claro, TIM e Oi repensem essa estratégia, e se unam à Vivo na instalação de novos cabos de fibra óptica.
Estima-se que o uso compartilhado de infraestrutura baixe os custos com rede em aproximadamente 30%, um dinheiro que nenhuma operadora hoje pode se dar ao luxo de desprezar.
A primeira a fechar uma parceria com Lima (e com a própria Vivo) foi a Claro. As duas empresas, mais a Embratel, uniram-se no final do ano passado para construir um anel óptico no sul do país, com 4,5 mil km de extensão.
Outra malha, também de 4,5 mil km, ligando as regiões norte e nordeste, deve ser inaugurada até o final de junho, e será construída em conjunto por Vivo e TIM (essa era a tal parceria que Roberto Lima não revelou na Futurecom do ano passado).
Até Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi e um dos maiores opositores da ideia, parece estar repensando sua posição. Algumas semanas atrás, num encontro com Lima e João Cox, presidente da Claro, Falco se mostrou disposto a investir em rede de forma compartilhada, embora nada tenha sido acertado de forma mais conclusiva.
Aos poucos, Roberto Lima parece estar conseguindo fazer as coisas exatamente do seu jeito…
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