Iguatu Nas pequenas cidades das regiões Centro-Sul do e
Inhamuns, a telefonia móvel começou a funcionar no ano passado. A
expansão dos telefones celulares faz parte do programa de
universalização. Depois de uma década de espera, os moradores tinham a
expectativa de que a comunicação seria fácil e prática. Entretanto, a
reclamação é geral. O que se observa, é a precariedade do sistema que
apresenta constantemente sinal ocupado, fora de área, rede indisponível e
quando é completada, a ligação cai em menos de um minuto. "É péssimo.
Ninguém consegue uma ligação", disse a vendedora Elieuda Oliveira, da
cidade de Aiuaba. A operadora TIM instalou o serviço, nessa cidade da
região dos Inhamuns, no segundo semestre de 2010.
Em Arneiroz,
outra cidade da mesma região, o problema se repete. "É muito ruim e a
partir das 18 horas até as 22 horas é quase impossível conseguir receber
ou fazer uma chamada", disse o padre Francisco Erasmo Bezerra de
Almeida, pároco da igreja Nossa Senhora do Patrocínio. "Em caso de
emergência, as pessoas ficam prejudicadas", afirma. "O cliente paga e
não dispõe de um serviço de qualidade", dispara.
Falhas ferem CDC
Para
o estudante Edvan Silva, a deficiência na telefonia móvel fere o Código
de Defesa do Consumidor (CDC). "Nos fins de semana e nos feriados, fica
pior", disse. "Onde estão os nossos direitos?", questiona.
Na
cidade de Arneiroz, a Tim instalou o sistema em maio de 2010 e de acordo
com os moradores, no início funcionou bem. "Depois piorou e permanece
até hoje", disse o comerciário, Roberto Alves. "O celular chegou, mas
não presta", fala.
Aborrecimentos
Em
Cariús, a população dispõe das operadoras TIM e Claro. O sistema da
primeira tem dias que está bom, mas em outros opera com precariedade. A
Claro, instalada há dois anos, traz aborrecimentos para os clientes.
"Aqui não pega que presta e quem tem celular dessa empresa está
mudando", disse a secretária, Welda Moura. "Em ambiente fechado, ninguém
consegue falar, só fora, na calçada".
Os moradores de Saboeiro
também estão insatisfeitos com a telefonia móvel. A operadora que atende
a cidade é a Vivo, há quase dois anos. "A gente não consegue ouvir
direito e o sinal não é bom", disse o comerciante João Ferreira.
Já
nas cidades de Antonina do Norte e de Deputado Irapuan Pinheiro, os
moradores estão satisfeitos com o uso do celular. "Agora está bem
melhor", disse a comerciária, Juliana Maroto, que trabalha em uma
farmácia, em Antonina do Norte. O sistema é operado pela empresa Claro.
Em Deputado Irapuan Pinheiro, a população aprova a operadora OI,
instalada há oito meses.
"É ótimo, não tem o que reclamar", disse a microempresária, Zilda Holanda.
EM ICÓAtendimento precário motivou ação judicial
Está
nas mãos do juiz Luiz Carlos Saraiva Guerra, da Vara Única, da comarca
da cidade de Icó, uma ação civil pública contra a operadora TIM Nordeste
Celular. A demanda judicial foi ingressada pelo Ministério Público
Estadual (MPE), em decorrência da precariedade do serviço de telefonia
móvel. O representante do MPE, Luciano Tonet, disse que aguarda uma
decisão da Justiça local e que o problema persiste, apesar de ter
ocorrido alguma melhoria. "Antes, não se conseguia fazer uma ligação
entre 18 e 22 horas", frisou. "A falta de sinal persistia por algumas
horas".
Na ação civil pública, o MPE solicita da justiça um prazo
de 30 dias para que a empresa amplie o projeto técnico para melhoria da
qualidade do serviço aos clientes. Em caso de descumprimento, foi
pedida a aplicação de multa diária de R$ 10 mil.
O presidente da
Subseção da OAB, na região Centro-Sul, Fabrício Moreira, considera um
absurdo o descaso da operadora com os clientes. "Esse é um problema que
se arrasta há dois anos, sem uma solução por parte da empresa", disse.
HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER
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