País não suporta acesso amplo por smartphones, diz empresário

Daniel Favero
Direto de Porto Alegre

O fundador do site Buscapé, Romero Rodrigues, disse durante debate sobre tecnologia, negócios e oportunidades no 24º Fórum da Liberdade, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre, que, atualmente, não existe estrutura necessária para comportar o acesso massificado por meio de smartphones tanto no Brasil, quanto nos EUA.

"O iPhone consome um volume tão grande de dados, com os diversos serviços que se toda a população dos EUA possuir smartphone, a rede cai, não comporta", diz ao confessar que é usuário de um desses aplicativos, o Foursquare, que indica o local onde a pessoa se encontra.

Outro problema apontado por Rodrigues é a falta de durabilidade das baterias. No entanto ele diz que isso também gera novas oportunidades de negócios pelo desenvolvimento de novas tecnologias. Para o fundador do Buscapé, no Brasil a barreira do custo do aparelho já está sendo superada. "Hoje você vê aparelhos com sistema Android por US$ 100", afirma.

Durante o painel, o diretor-geral do Terra Brasil, Paulo Castro, defendeu a disponibilidade de infraestrutura que possibilite o fornecimento de banda larga para um número maior de pessoas. "Pesquisas do ODCE (Office of the Director of Corporate Enforcement) mostram que a quanto mais gente tem acesso à banda larga, mais isso fomenta a economia".

Para Castro, a impressão de que o internauta brasileiro não está disposto a pagar por conteúdo, hoje, não é mais uma realidade. "O consumidor paga por conteúdo de qualidade", disse ele ao falar sobre o Sonora, serviço pago de disponibilização de músicas do Terra, que possui milhares de consumidores, apesar da pirataria.

Romero diz que a ampliação do acesso à banda larga, alvo de um plano do governo federal, não poderá ser comportado apenas pela administração pública ou privada. "Acredito em um modelo misto. A iniciativa privada não tem condições de colocar toda a população na internet. O governo pode arrecadar, e usar parte dessa arrecadação para investir em infraestrutura", disse.

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