Tecnologia é a alternativa mais barata à baixa qualidade na conexão 3G. O Wi-Fi já oferece conexões em média de 300 Mbit/s, enquanto se fala em ter 100 Mbit/s no 4G, que ainda nem foi lançado.
Se Internet para você ainda é sinônimo de cabos azuis e fios para todos os lados, já está na hora de rever seus conceitos. Há cerca de vinte anos, a tecnologia Wi-Fi (Wireless Fidelity) trouxe mobilidade aos acessos. Mas esta cultura ainda está sendo construída no Brasil.
Trata-se de uma tecnologia mais barata em relação ao 3G, oferecida pelas operadoras de telefonia celular. Sua manutenção também tem custo inferior por conta dos equipamentos utilizados. Entretanto, no Brasil, o Wi-Fi ainda tem muito a ser explorado, traz alto potencial de levar acesso rápido e estável a milhões de usuários.
As operadoras brasileiras precisam abrir olhos e suas cabeças para o crescimento do Wi-Fi. Oferecer serviços com esta tecnologia ficaria mais barato para todos se parcerias fossem consolidadas. Lançamentos como o iPad e o E-book Kindle e Nook, já vem com tecnologia Wi-Fi e nem sempre com 3G. A tendência, é que o usuário opte pelo equipamento com Wi-Fi.
Afinal quem é que tem interesse em contratar 3 ou 4 mensalidades para ter chips 3G para cada um dos seus equipamentos?
Nos EUA, por exemplo, as operadoras foram agressivas, e só oferecem pacote de dados com acesso ilimitado, o que sobrecarregou muito a conexão 3G, tornando o acesso quase inutilizável. Isso abriu os olhos das operadoras para o Wi-Fi, que passou a enxergar como um complemento e não concorrência. Um bom exemplo disso foi a norte-americana AT&T, que comprou a maior rede de Wi-Fi dos Estados Unidos, com mais de vinte mil pontos. Hoje, todos os clientes de 3G tem acesso gratuito a rede Wi-Fi. Dessa forma ela conseguiu desafogar o 3G, oferecer um serviço mais abrangente e com muito mais qualidade.
Muitos táxis, linhas de ônibus, e inclusive algumas rotas de vôo pela companhia Delta Airlines também disponibilizam aos norte-americanos a conexão Wi-Fi. Além, claro, de redes de cafés e lanchonetes como o Starbucks e Mc Donald´s. A iniciativa de oferecer acesso à internet sem fio aos passageiros dos aviões não é recente, mas a tecnologia utilizada para levar o sinal até os mais de 11 mil metros de altura foi reinventada de forma muito criativa nos EUA. Na linha da rota, antenas foram apontadas para o céu, e instalados receptores hiper-sensíveis na ‘barriga’ dos aviões. Com isso, os passageiros aproveitam uma conexão Wi-Fi de alta qualidade, enquanto o avião passa por trechos de terra firme. Em áreas mar ainda não é possível transmitir o sinal.
No Brasil, a população se equipa a passos largos, com a queda dos preços nos smartphones e notebooks. Entretanto, a internet por meio de banda larga, trazida pelos cabos azuis e linhas telefônicas ainda é a realidade da esmagadora maioria dos internautas.
De fato, acredito que a maioria das pessoas não sabe que precisa de internet Wi-Fi até começar a usar. Já as operadoras têm a vantagem de ter países como os EUA como cobaia, já que neste segmento, quase tudo acontece primeiro lá. Vimos que as redes de dados se tornaram um caos e o Wi-Fi foi a salvação. E no Brasil? Teremos que chegar ao caos também ou aprenderemos com a lição dos outros?
*Marcelo Toledo é CTO da Vex e mantém um blog em http://MarceloToledo.org
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