ISSO É BRASIL: Oi lidera ranking de reclamações entre operadoras

 

02/04/2012

No Sindec, do Ministério da Justiça, a empresa de telefonia ocupa a segunda posição geral em queixas

As empresas de telefonia lideram os rankings nacionais de reclamações. No Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), do Ministério da Justiça, quatro dos seis primeiros lugares em 2011 foram ocupados por companhias do setor. Juntas, elas somaram 204,1 mil registros. A Oi, segunda no ranking geral e primeira entre as empresas do segmento, recebeu 80,8 mil reclamações. O Sindec reúne informações dos Procons de 23 Estados e do Distrito Federal (DF).

Em terceiro lugar aparece a Claro/Embratel, com 70,1 mil registros, seguida por TIM/Intelig, com 27,1 mil em quinto, e Vivo, na sexta posição, com 26 mil registros. No ano, o Sindec acumulou 1,94 milhão de reclamações. As quatro empresas responderam por 10,5% do total.

No Procon de Belo Horizonte, o segmento de telefonia fixa da Oi é o primeiro no ranking. No ano passado, foram 114 reclamações fundamentadas. Contra o serviço de telefonia móvel da operadora foram 58. A Claro é a terceira colocada na lista geral e segunda entre as teles, com 46 reclamações fundamentadas. Em nono lugar aparece a TIM, com 38, e, em 21º, a Vivo, com 22. Má qualidade, reajuste da tarifa e erro nos contratos de rescisão estão entre as principais queixas.

O mesmo acontece na classificação das empresas mais contestadas entre os 250 mil associados da Proteste - Associação de Consumidores. A Oi liderou o ranking em 2010 e repetiu a dose em 2011, com aumento de 150% nas reclamações. “A Oi não respondeu a metade das pendências. Quando enviou respostas, o fez fora do prazo”, afirma a coordenadora institucional da entidade, Maria Inês Dolci.

O professor Tiago Antônio Nato ajudou a engrossar as estatísticas. Ele contratou um plano de internet com velocidade de 1 megabyte junto à operadora. Porém, o serviço não foi prestado corretamente. O professor tentou cancelar o plano. Sem sucesso, recorreu ao Procon e ao Juizado Especial de Telefonia. “Mesmo pessoalmente, o advogado da Oi não quis fazer o cancelamento, que, felizmente, foi determinado pelo juiz”, comenta.

No Ministério Público Estadual, há processos administrativos abertos contra todas as operadoras. A velocidade da internet é um dos principais problemas, conforme afirma o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor em Belo Horizonte, Marcos Tofani Baer Bahia.

Em janeiro deste ano, Tiago Nato voltou a ter problemas com a companhia. A fatura do telefone celular foi cobrada duas vezes. “Liguei e não consegui resolver. Peguei o número de protocolo e acionei a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Em cinco dias eles resolveram”, diz. De acordo com o cliente, ele recebeu a restituição do valor cobrado em dobro.

As reclamações do professor são embasadas pelos dados da Anatel. Entre fevereiro do ano passado e o mesmo mês deste ano, a taxa de reclamações da operadora com relação à telefonia móvel subiu de 0,44% para 0,53%. Embora os índices estejam dentro da meta estabelecida pela Agência, de 1%, a taxa em fevereiro deste ano foi o maior dos últimos 12 meses, conforme apontou o Gerenciamento de Indicadores de Qualidade do órgão.

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