Empresas gigantes investem no Brasil para atender ao 4G

 

SÃO PAULO - Para atender a demanda das operadoras de telecomunicações e  outras empresas que deverão se beneficiar com as oportunidades de negócios por meio da implantação do serviço 4G no País, companhias como  Cisco, Ericsson, ZTE e outras gigantes mundiais do segmento de tecnologia, começam a traçar estratégias.

O objetivo é oferecer infraestrutura, serviços e produtos para atender a demanda das operadoras, que já investiram R$ 2,9 bilhões nas concessões das novas faixas. Fora isso, segundo estimativa do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, a previsão é de as empresas envolverem ainda outros R$ 3 bilhões ao ano em infraestrutura e redes modernas só no 4G.

Para lucrar com os investimentos neste mercado, a Cisco aposta em soluções de rádio, wi-fi, conexão entre antenas, rede de celular baseada em IP, data center e softwares que fazem o gerenciamento e análise do tráfico de dados. “Desenvolvemos linhas de produtos para oferecer soluções de infraestrutura completas às operadoras que vão oferecer os serviços 4G”, contou Florian Hartmann, gerente de Vendas, Provedores e Serviços para a América Latina, da Cisco.

O executivo frisou que a Cisco não é uma fabricante de  equipamentos, pois suas soluções tecnológicas fazem a integração da infraestrutura das fabricantes incorporadas às redes. O interesse da Cisco no 4G  brasileiro foi evidenciado pelo anúncio do investimento de US$ 600 milhões, nos próximos quatro anos, realizado pela empresa na semana passada. Hartmann contou que parte deste montante será empregada no desenvolvimento de soluções para as redes de quarta geração. Ele também contou que a Cisco  já criou um laboratório de  4G no País. Agora está fazendo testes da nova tecnologia com as operadoras brasileiras.

Outra empresa, a Ericsson,   também aposta no crescimento do mercado de transmissão de dados e há um ano e meio investiu R$ 10 milhões na ampliação da  sua fábrica em São José dos Campos (SP), onde produz equipamentos adaptados à demanda 4G. Gil Odebrecht, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Ericsson, comentou a estratégia de antecipação de investimentos da empresa: “Nos preparamos com antecedência para oferecer toda a aparelhagem às operadoras que vão implantar a  banda larga ultraveloz. Esta  produção deverá ter 50% de fabricação nacional,   o que já oferecemos. Hoje somos a líder de mercado no 2G e 3G. Atendendo a demanda  4G vamos crescer ainda mais”. 

Sobre o posicionamento da Ericsson no ranking de fornecedores de equipamentos para segmento de telecomunicações,  Odebrecht ressaltou que a empresa já tem 60% do market share  e pretende alcançar  70% com a implantação da nova tecnologia. “Todas as operadoras já são nossas clientes. Fabricamos quase todos os produtos usados na cadeia de consumo e produção de telecomunicações. Hoje só não fabricamos os aparelhos celulares”, pontua Odebrecht. 

Novas fábricas

Construindo uma fábrica na cidade de Hortolândia (SP), a ZTE também aposta na produção de equipamentos e aparelhos no Brasil. A companhia, inclusive, anuncia hoje o lançamento de um smartphone, um tablet, um equipamento de conexão e um cartão de rede sem fio, próprios para conexão em 4G. Para o CEO da ZTE do Brasil, Eliandro Ávila, a tecnologia da 4G é um atrativo importante para o mercado: “A ZTE possui, mundialmente, uma série de produtos e serviços voltados a essa tecnologia, de elementos de rede para operadoras até aparelhos celulares ao consumidor final”. Para ele, a empresa está alinhada com os anseios de consumidores e operadoras no Brasil, e irá apoiar todo o processo que culminará com a utilização de aparelhos da empresa de quarta geração. “No Brasil, os investimentos seguirão conforme o planejado, incluindo a fábrica local.” 

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