Governo poderá criar empresa de infraestrutura a provedores de web

O governo está estudando a criação de uma empresa para operar no mercado de atacado de banda larga — ou seja, oferecendo infraestrutura para internet em alta velocidade a provedores privados.

A nova empresa deverá ser competidora das operadoras de telecomunicações que já prestam serviço neste segmento, o que, na avaliação oficial, ajudaria a reduzir os preços.




Esta é uma das propostas que foram apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião de ontém com o grupo encarregado de elaborar o Plano Nacional de Banda Larga.



A nova empresa contaria com 5 mil quilômetros de redes da Petrobras e da Eletrobrás e, seguramente, apenas uma pequena parte dos cabos da Eletronet.



Empresa falida que tem a Eletrobrás como acionista, a Eletronet está com a maioria de sua infraestrutura (97,3% do total) sendo usada por companhias do setor elétrico ou sob disputa judicial. Furukawa e a Alcatel Lucent, principais credores da empresa, cobram na Justiça o acerto de dívidas com acesso às redes da Eletronet.



Mas, segundo fontes do setor, com a rede disponível hoje, somente seria possível atender a escolas, postos de saúde e delegacias de polícia, formando uma pequena rede governamental — e não montar o Plano Nacional de Banda Larga. Há cerca de uma semana, o coordenador dos programas de inclusão digital do governo federal, César Alvarez, já havia falado sobre o uso da rede da Eletronet para a promoção de políticas públicas e “não para destruir mercados”.



Uma das hipóteses em análise é ressuscitar a Telebrás para ser a empresa a coordenar esta rede. Na melhor das hipóteses, a estatal poderia começar a ser ativada a partir de abril. Outra possibilidade é a realização de uma licitação para a contratação de quem vai operar esta rede, colocando condicionantes.



Entre elas estariam o menor preço por megabites e o maior número de pontos ligados.



Internet é cara para 70% dos que têm computador no país



Para atender ao consumidor final, no entanto, será necessário um outro modelo. O governo precisa contar com a rede das empresas de telecomunicações, sejam elas fixas ou móveis, que têm mais de 200 mil quilômetros de rede.



O Plano tem três desafios, segundo Alvarez: ampliar a cobertura de banda larga; aumentar as capacidades de tráfego; e reduzir preços nos horizontes de 2010, 2012 e 2014. Para isto, segundo Alvarez e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o presidente Lula quer destinar cerca de R$ 1 bilhão por ano para a implantação do Plano, utilizando os recursos arrecadados do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust).



O resultado da pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil é que 70% dos que têm computador não têm internet porque ela é cara. E, desses domicílios que têm internet, apenas 13% têm acesso à banda larga, mas inadequada, a uma velocidade ainda considerada ruim às necessidades da atualidade: cerca de 28K.



Fonte: O Globo





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