Luís Osvaldo Grossmann
Convergência Digital
Confiante
de que o Tribunal de Contas da União vai enterrar de vez a disputa pela
venda dos equipamentos, o governo lançou um edital para selecionar as
entidades que vão instalar e manter os telecentros previstos no
Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital das Comunidades.
Trata-se da nova versão do programa de tele centros que antes corria
somente pelas mãos do Ministério da Comunicações, mas que foi
modificado por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em
outubro do ano passado. Na prática, a participação do Minicom ficou
restrita a compra dos equipamentos e do mobiliário, ficando a gerência
com o Ministério do Planejamento.
O formato também mudou. A meta é fazer acordos com entidades
públicas ou privadas sem fins lucrativos - como prefeituras ou
associações de moradores - que ficarão responsáveis pela implantação de
vários tele centros. “Vamos priorizar aquelas propostas que tratem da
instalação de pelo menos dez tele centros”, explica a coordenadora
executiva do programa, Cristina Mori.
A escolha de entidades com esse perfil se deve ao fato de que não há
dinheiro envolvido para o custeio dos tele centros. O governo entra com
os equipamentos e as conexões à internet (cada kit para telecentro tem
10 computadores, além de periféricos) e com as bolsas para monitores,
que variam de R$ 241 a R$ 483. Também financia cursos de formação para
os monitores. O resto corre por conta das entidades selecionadas.
Segundo Cristina Mori, o governo pretende definir, em 120 dias, a
ampliação do programa para mais três mil tele centros - e calcula
investir R$ 164 milhões para isso, sendo R$ 16 milhões para programas
de formação de monitores, R$ 57,9 milhões para as bolsas, R$ 27
milhões para as conexões e R$ 64 milhões para a compra dos
equipamentos.
A dificuldade atual está justamente nesse último ponto. O Ministério
das Comunicações licitou a compra de 15 mil kits de computadores e
acessórios, sendo vencedora a Digibrás, pelo preço de R$ 191 milhões.
Mas o processo parou por conta de um recurso da Positivo Informática ao
TCU - perdedora, a empresa alega que a Digibrás descumpriu três pontos
do edital.
A ação no TCU é do fim do ano passado e está nas mãos do ministro
José Jorge de Vasconcelos. Para sorte do governo, o gabinete do
ministro avisa que deve ser apresentado um parecer sobre esse processo
já na próxima semana. A expectativa do governo é de que o voto do
relator seja contrário ao recurso da Positivo para que as compras sejam
retomadas.
O governo acredita que em quatro meses - 30 dias para a
apresentação de propostas de entidades e outros 90 dias para a seleção
delas - qualquer pendência relativa aos equipamentos estará superada, o
que permitiria manter o plano de começar ainda este ano a instalação de
três mil novos telecentros. Nas contas da coordenação do programa, há
cerca de 6,5 mil já em funcionamento.
Resta, no entanto, que o Minicom resolva uma segunda pendência em
sua parte do programa. É que a licitação para a compra do mobiliário
também se transformou em dificuldade. Houve fraude na licitação, que
foi cancelada. Aguarda-se a publicação de um novo edital.
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