Oi reduz investimento e prevê aporte de R$ 3 bi a R$ 4 bi em 2010

 Ana Paula Lobo
     Apesar de centrar suas ações de 2010 em cobertura e distribuição, a Oi reduziu a previsão de investimentos. No ano passado, o aporte foi de R$ 5,1 bilhões - com telefonia móvel e banda larga priorizando os aportes.

A meta da Oi em 2010, de acordo com o diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Alex Zornig, depois da integração da Brasil Telecom, recém-finalizada, é o de geração de caixa.

Um dos caminhos para a rentabilidade será o Estado de São Paulo. Expectativa da concessionária é alcançar o 'break even' - ponto de equilíbrio financeiro da operação - iniciada em dezembro de 2008, até o final de abril.

"Fechamos o ano em São Paulo com 5,4 milhões de assinantes, com 3,4 milhões de adições, o que nos proporcionou um market share de 12,3%. Com o equilíbrio financeiro, vamos investir pesado em banda larga móvel. A intenção é chegar aos oito milhões de assinantes no final do ano", revelou Zornig, em teleconferência de divulgação dos resultados de 2009, realizada nesta segunda-feira, 15/03.

Com relação à queda no investimento, Zornig dise que a Oi não precisaria aumentar o capex em 2010 "porque todos os investimentos que tínhamos que fazer (compra de licenças, aquisição de Brasil Telecom, entrada em São Paulo) já foram feitos".

Zornig também antecipou que a Oi está finalizando uma parceria com dois fornecedores - o nome deles será conhecido ainda no mês de março, segundo o executivo - para expandir a oferta de bandalarga ultrarrápida, com velocidades de conexão de 8 Mbps até 100 Mbps.

Objetivo da Oi é de ter o serviço em 42 cidades das suas regiões de cobertura até o final de dezembro. São Paulo está fora desse plano. "Infelizmente fibrar São Paulo está fora da realidade financeira. Em SP, vamos apostar na banda larga móvel para o consumidor final e nas nossas redes (Metrored e Pegasus) para mercado corporativo", acrescentou Zornig.

Ainda com relação à banda larga, todas as sedes de municípios da área de atuação da Oi na telefonia fixa contarão com backhaul (infraestrutura para conexão de banda larga). A Oi também oferecerá comercialmente acesso à Internet em banda larga em todas as cidades das regiões I e II até o final deste ano. Com esse cronograma, revela Zornig, a concessionária antecipará em um ano, as obrigações impostas pela Anatel.

Em 2009, os aportes da Oi foram divididos em 52% na telefonia fixa e 48% na telefonia móvel. Desses montantes, revelou Zornig, na telefonia fixa - 70% dos recursos foram destinados para capacidade da rede. Em 2010, apesar da redução dos investimentos, a Oi planeja seguir o mesmo plano estratégico, afirmou o diretor de Finanças.

No ano passado, a Oi conquistou 5,9 milhões de novos clientes em 2009, encerrando o ano com base de 61,9 milhões de usuários, aumento de 10,6% em relação a 2008. No fim de dezembro, a empresa possuía 21,3 milhões de clientes em telefonia fixa, 36,1 milhões em telefonia móvel, 4,2 milhões em banda larga fixa e 234 mil em TV por assinatura. A receita bruta consolidada chegou a R$ 45,7 bilhões, aumento de 4% em relação ao ano anterior.

A Oi fechou 2009 com resultado líquido negativo de R$ 436 milhões. Esse resultado é decorrente dos eventos relativos ao Ebitda, pela amortização dos valores referentes à aquisição da Brasil Telecom e por distorções fiscais temporárias relacionadas ao ágio pago pelo controle da companhia. O resultado líquido também foi impactado pelo aumento das despesas financeiras, em função do crescimento da dívida líquida.

Também ao fim do ano passado, a dívida líquida da empresa era de R$ 21,9 bilhões. Segundo a Oi, apesar do aumento em relação a 2008, a situação da dívida permanece sob controle para os próximos anos, considerando a forte geração de caixa da companhia. A Oi mantém política de baixa exposição cambial, que ao final de dezembro era de apenas 0,8% da dívida total.


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