Oi pisa no freio para reduzir endividamento e mostra cautela em relação às oportunidades em novos mercado
Débora Thomé, Irany Tereza e
Renato Cruz - O Estadao de S.Paulo
Pouco mais de um ano depois da compra da Brasil Telecom
(BrT) pela Oi, é hora de pagar a conta. Com uma dívida que chegava a R$
28,5 bilhões em setembro, mais de duas vezes sua geração de caixa em um
ano, a Oi resolveu pisar no freio. "Este ano é super difícil porque
temos de gerar um monte de caixa para pagar um monte de dívida", afirmou
Luiz Eduardo Falco, presidente da operadora.
Quem esperava lances grandiosos da supertele nacional terá de esperar. No ano passado, a expectativa era de que a empresa investisse um pouco mais do que R$ 5 bilhões. O total que realmente foi investido será divulgado hoje, juntamente com o resultado financeiro de 2009. Para este ano, é esperado um grande corte de investimentos. No mercado, há quem fale em valores reduzidos pela metade.
"No ano passado, fizemos alguns investimentos poderosos e agora estamos consolidados", disse Falco. "Os investimentos estão mais baixos pois consolidamos tudo. Refiz a rede móvel da Brasil Telecom". Segundo o executivo, a Brasil Telecom tinha uma rede para 5 milhões de usuários. "Fui lá no ano passado, arranquei essa e botei uma rede para 14 milhões. O que eu vou fazer este ano? Nada! Esperar chegar em 12 milhões. Agora vamos passar um período de estabilização dos investimentos feitos."
Falco procurou minimizar a importância do balanço que será divulgado hoje. "Diria que os números de 2009 não são muito importantes para a companhia, porque são resultado de uma fusão. Sempre que você faz uma fusão, você troca muita prática contábil, então o número que você vê lá não quer dizer nada. Qualquer conclusão que se tire não é boa e não é correta. Do ponto de vista econômico é muito mais importante o primeiro trimestre de 2010 que o do ano de 2009, do ponto de vista de conteúdo".
São Paulo. Em outubro de 2008, a Oi lançou sua operação de celular em São Paulo com bastante barulho. Mas as últimas notícias, segundo fontes de mercado, é que a operadora parou de instalar infraestrutura de telefonia celular no interior do Estado. Falco confirmou a informação, mas explicou: "Estamos crescendo perto de 15% no 011 (código de área da região). Demos preferência a áreas como essa, em que estamos crescendo mais. Como expandimos muito e tínhamos um número de torres para botar, demos preferência às extensões 011 e postergamos o Noroeste do Estado."
Apesar do argumento de que a compra da Oi aumentaria a competição com os espanhóis da Telefônica e os mexicanos da Embratel e da Claro, a operadora continua sem planos de entrar no mercado de telefonia fixa de São Paulo. "Não dá para encontrar um modelo de entrada no varejo, exceto em regiões absolutamente ricas, para brigar com fio de cobre. Acho que não é este o modelo. O modelo é trabalhar em banda larga; temos bons clientes corporativos, cada vez aumentando mais", disse Falco.
Na telefonia fixa, a Oi vai enfrentar um competidor fortalecido. A GVT, recentemente comprada pelo grupo francês Vivendi, planeja chegar ao Rio de Janeiro este ano. Ao concorrente, o presidente da Oi tem um conselho diferente da estratégia que resolveu adotar: "Se tivesse de sugerir à GVT ir para algum lugar, iria sugerir que fossem para São Paulo, porque a receita por quilômetro lá é maior que no Rio. Além disso, no Rio ela vai sentir o sabor de operar numa rede historicamente mais complexa. Vamos recebê-los com honras militares".
Segundo Bruno Mendonça, analista da Itaú Corretora, "a estratégia da Oi é defender sua base de clientes de telefonia fixa". A assinatura básica dos telefones fixos é o que gera caixa para as concessionárias. A empresa lançou uma operação de TV paga via satélite no ano passado, mas também resolveu ir mais devagar neste ano.
Banda larga. Com a compra da Brasil Telecom, a Oi se tornou a maior empresa de banda larga do País. Falco discorda de que a cobertura de internet brasileira seja insuficiente. "Em dezembro de 2010, teremos 5.560 municípios com banda larga, teremos 4 mil municípios com celular", disse o executivo. "Não sei em que país está vivendo quem fala que não tem banda larga no Brasil. O que existe é uma outra questão, de foro econômico, que as pessoas têm de encarar. Ou seja, está bom, tem banda larga, mas o cara está com dificuldade de comprar: ou por preço, ou porque o cara ganha pouco. Então temos que mexer com as alavancas como desoneração fiscal, subsídios, utilização de fundos setoriais. O que o Brasil não tem é banda larga rural, voz rural, para atender 4% da população." /
Ponto chave
Dívida
O endividamento da Oi chegou a R$ 28,5 bilhões em setembro de 2009, após a compra da Brasil Telecom no fim de 2008, e os esforços neste ano devem se concentrar em reduzi-la
Sem fio
5,5 milhões
é o total de clientes celulares atendidos pela Oi em São Paulo, o que representa uma participação de mercado de 12,3%
Aquisição
A compra da Brasil Telecom recebeu anuência prévia da Anatel em dezembro de 2008. A decisão final da agência saiu em fevereiro deste ano. O Cade ainda não avaliou a aquisição
Quem esperava lances grandiosos da supertele nacional terá de esperar. No ano passado, a expectativa era de que a empresa investisse um pouco mais do que R$ 5 bilhões. O total que realmente foi investido será divulgado hoje, juntamente com o resultado financeiro de 2009. Para este ano, é esperado um grande corte de investimentos. No mercado, há quem fale em valores reduzidos pela metade.
"No ano passado, fizemos alguns investimentos poderosos e agora estamos consolidados", disse Falco. "Os investimentos estão mais baixos pois consolidamos tudo. Refiz a rede móvel da Brasil Telecom". Segundo o executivo, a Brasil Telecom tinha uma rede para 5 milhões de usuários. "Fui lá no ano passado, arranquei essa e botei uma rede para 14 milhões. O que eu vou fazer este ano? Nada! Esperar chegar em 12 milhões. Agora vamos passar um período de estabilização dos investimentos feitos."
Falco procurou minimizar a importância do balanço que será divulgado hoje. "Diria que os números de 2009 não são muito importantes para a companhia, porque são resultado de uma fusão. Sempre que você faz uma fusão, você troca muita prática contábil, então o número que você vê lá não quer dizer nada. Qualquer conclusão que se tire não é boa e não é correta. Do ponto de vista econômico é muito mais importante o primeiro trimestre de 2010 que o do ano de 2009, do ponto de vista de conteúdo".
São Paulo. Em outubro de 2008, a Oi lançou sua operação de celular em São Paulo com bastante barulho. Mas as últimas notícias, segundo fontes de mercado, é que a operadora parou de instalar infraestrutura de telefonia celular no interior do Estado. Falco confirmou a informação, mas explicou: "Estamos crescendo perto de 15% no 011 (código de área da região). Demos preferência a áreas como essa, em que estamos crescendo mais. Como expandimos muito e tínhamos um número de torres para botar, demos preferência às extensões 011 e postergamos o Noroeste do Estado."
Apesar do argumento de que a compra da Oi aumentaria a competição com os espanhóis da Telefônica e os mexicanos da Embratel e da Claro, a operadora continua sem planos de entrar no mercado de telefonia fixa de São Paulo. "Não dá para encontrar um modelo de entrada no varejo, exceto em regiões absolutamente ricas, para brigar com fio de cobre. Acho que não é este o modelo. O modelo é trabalhar em banda larga; temos bons clientes corporativos, cada vez aumentando mais", disse Falco.
Na telefonia fixa, a Oi vai enfrentar um competidor fortalecido. A GVT, recentemente comprada pelo grupo francês Vivendi, planeja chegar ao Rio de Janeiro este ano. Ao concorrente, o presidente da Oi tem um conselho diferente da estratégia que resolveu adotar: "Se tivesse de sugerir à GVT ir para algum lugar, iria sugerir que fossem para São Paulo, porque a receita por quilômetro lá é maior que no Rio. Além disso, no Rio ela vai sentir o sabor de operar numa rede historicamente mais complexa. Vamos recebê-los com honras militares".
Segundo Bruno Mendonça, analista da Itaú Corretora, "a estratégia da Oi é defender sua base de clientes de telefonia fixa". A assinatura básica dos telefones fixos é o que gera caixa para as concessionárias. A empresa lançou uma operação de TV paga via satélite no ano passado, mas também resolveu ir mais devagar neste ano.
Banda larga. Com a compra da Brasil Telecom, a Oi se tornou a maior empresa de banda larga do País. Falco discorda de que a cobertura de internet brasileira seja insuficiente. "Em dezembro de 2010, teremos 5.560 municípios com banda larga, teremos 4 mil municípios com celular", disse o executivo. "Não sei em que país está vivendo quem fala que não tem banda larga no Brasil. O que existe é uma outra questão, de foro econômico, que as pessoas têm de encarar. Ou seja, está bom, tem banda larga, mas o cara está com dificuldade de comprar: ou por preço, ou porque o cara ganha pouco. Então temos que mexer com as alavancas como desoneração fiscal, subsídios, utilização de fundos setoriais. O que o Brasil não tem é banda larga rural, voz rural, para atender 4% da população." /
Ponto chave
Dívida
O endividamento da Oi chegou a R$ 28,5 bilhões em setembro de 2009, após a compra da Brasil Telecom no fim de 2008, e os esforços neste ano devem se concentrar em reduzi-la
Sem fio
5,5 milhões
é o total de clientes celulares atendidos pela Oi em São Paulo, o que representa uma participação de mercado de 12,3%
Aquisição
A compra da Brasil Telecom recebeu anuência prévia da Anatel em dezembro de 2008. A decisão final da agência saiu em fevereiro deste ano. O Cade ainda não avaliou a aquisição
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