Claro: plano de banda larga deve incluir revisão tributária




O presidente da Claro, João Cox, voltou a defender,  a necessidade de haver uma revisão da tributação que incide sobre o setor de telecomunicações e fez críticas à Oi, que apresentou uma proposta ao governo para participar do plano.
Para Cox, a revisão tributária é um assunto prioritário e deve ser incluído no plano nacional de banda larga que está sendo elaborado pelo governo federal. Cox calcula que os impostos representam 42% do preço de serviços de telecomunicações e cerca de 70% do valor dos modens de conectividade 3G. "Não podemos abrir mão da questão da expansão da banda larga, por qualquer meio que seja: celular, satélite, fibra, mas defendo condições iguais para todos", afirmou.
O executivo diz não ver problemas na atuação do Estado no mercado de banda larga, referindo-se à possível recriação da Telebrás para gerenciar as redes de fibra óptica do governo, mas fez críticas à Oi, que apresentou, na última sexta-feira (09/04), uma proposta para participar ativamente do plano.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a Oi informou ao governo "ter condições de atender a todos os municípios de sua área de concessão, até o fim do ano, com serviços de banda larga. Para chegar ao valor de 35 reais que o governo pretende que seja cobrado pelo serviço de banda larga, a Oi também quer incentivos fiscais", diz a reportagem.
Na avaliação de Cox, a proposta da Oi é uma mudança de postura da operadora, que "foi a primeira a se posicionar contra o plano". O presidente da Claro reforçou inúmeras vezes a necessidade de haver simetria de condições para todos os participantes do processo, de forma a garantir que todas as empresas de telecom tenham acesso à capacidade de transmissão. "Defendo a competição. O monopólio só é bom para o monopolista. Toda vez que há competição é melhor".
O objetivo da Telebrás, segundo informações do secretário de logística e tecnologia da informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, seria justamente oferecer capacidade de transmissão por 230 reais o megabit. Este valor, segundo Santana, é metade do valor dos links oferecidos hoje no mercado. Essa redução incentivaria a concorrência, acredita o secretário.
Cox diz que a iniciativa privada tem investido em redes de transmissão para atender à demanda crescente provocada pelo avanço da banda larga móvel. A Claro, junto com outras operadoras, firmou recentemente um consórcio para construir um novo backbone do Sul do País ao Mato Grosso. Com essas iniciativas, a capacidade de transmissão será ampliada e o desafio será dar capilaridade a essa rede, ou seja, investimento em última milha. "Superado o problema do backbone, mais importante será construir backhauls", defende.

Nenhum comentário:

Postar um comentário