Luís
Osvaldo Grossmann
Convergência
Digital
Há
uma evidente animação das empresas envolvidas com biometria, fabricação
de cartões e fornecedores de certificação digital com o projeto da nova
carteira de identidade dos brasileiros, o RIC – Registro de Identidade
Civil. Depois de uma década de discussões sobre o novo modelo, não
parece haver dúvidas de que os RGs começarão a ser substituídos e
ninguém quer ficar de fora do maior programa de identificação em
execução no mundo.
Entre a feira de demonstrações e as palestras sobre o novo documento
durante os dois dias do 2º Congresso da Cidadania Digital, realizado em
Brasília nesta semana, o que mais se ouviu foram festejos sobre a
dimensão do projeto brasileiro. “Estamos falando de um mercado de 150
milhões de cartões, com licitações em 27 estados. É o maior projeto do
mundo e acho que há espaço para todos”, resume a diretora da Oberthur
Technologies, Paula Santos.
De olho na demanda, a Oberthur está expandindo a fábrica que possui
em Cotia-SP, responsável pelo fornecimento a toda a América Latina. A
empresa espera uma demanda anual de 20 milhões de cartões, metade disso
somente no Brasil. Os investimentos aprovados pela matriz francesa no
ano passado miram especialmente no Registro de Identidade Civil.
Com pequenas variações, o mesmo raciocínio é repetido em todos os
estandes das 12 empresas diretamente interessadas no projeto RIC –
ABNote, Akyiama, Casa da Moeda do Brasil, GD Burti, Gemalto, Iafis,
Intelcav, Montreal Informática, OVD Kinegram, Sagem Orga e TG&S,
além da Oberthur. Algumas delas já vem ganhando concorrências para
fornecer sistemas digitais em secretarias de Segurança Pública ou
institutos de identificação estaduais.
“Já estamos em sete estados, embora em alguns somente com a parte
criminal, e preparados para as próximas concorrências. Cada órgão terá
sua própria estrutura para a coleta dos dados, mas já existem protocolos
padronizados para a troca de informações ainda que entre sistemas
diferentes”, diz o diretor comercial da Montreal Informática, Luiz
Cláudio Benguigui.
A Montreal fornece um dos sistemas AFIS, sigla em inglês para
Sistemas Automáticos de Impressões Digitais, que consiste na captura
eletrônica de dados biométricos, e espera já fazer parte do piloto do
RIC uma vez que o principal mercado onde atua, o Rio de Janeiro, é um
dos estados mais avançados na digitalização. “A ideia do governo é
emitir 2 milhões de RICs ainda neste ano”, completa Benguigui.
Paulo Airan, do Instituto Nacional de Identificação (INI), reconhece
que para cumprir essa meta será preciso acelerar a operacionalização do
RIC. O Decreto criando o Sistema Nacional do Registro de Identidade
Civil foi publicado no início de maio, mas o comitê gestor do projeto, a
quem caberá definir como se dará a implantação da nova identidade,
ainda não se reuniu.
O modelo do novo documento já foi amplamente discutido e há um
aparente consenso sobre ele: basicamente trata-se de um cartão de
policarbonato que conterá um chip com informações sobre o titular e um
certificado digital, considerado essencial para identificação em
transações eletrônicas, especialmente relacionadas às aplicações de
governo eletrônico – mas potencialmente capaz de servir para serviços
privados também.
Airan, do INI, não foi o único a defender que o projeto entre em
ritmo acelerado. Nesta semana, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz
Fernando Corrêa, sustentou que a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, deve
servir como incentivo para que o cronograma de implantação – de 10 anos –
seja encurtado. “O ideal é chegarmos na Copa do Mundo com um número
considerável de documentos, especialmente nas 12 cidadãs-sede”, afirmou.
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