Operadoras vivem momento de pressão no Brasil
Convergência Digital - Cobertura Futurecom
:: Ana Paula Lobo :: 21/10/2010 :: Banda larga
Qualidade e custo do serviço de telecomunicações serão temas à mesa no Futurecom 2010, principal evento de TIC do Brasil. E nesse contexto, as teles fixas e móveis chegam ao evento pressionadas por estudos recém-publicados e que trazem resultados não satisfatórios para o Brasil.
Levantamento mundial da Universidade de Oxford, do Reino Unido, atesta que a qualidade da infraestrutura de banda larga não suporta as exigências do internautas. Já a UNCTAD, da ONU, constatou que os preços cobrados na telefonia móvel são os mais caros entre os países em desenvolvimento.
O estudo inglês, feito em parceria com a Universidade de Oviedo, da Espanha, com apoio da Cisco, mostra que, hoje, para que um internauta navegue e realize suas tarefas (trocar e-mails, baixar arquivos, assistir a vídeos, entre outras), as velocidades médias precisam ser de 3,75 Mbps (megabits por segundo) para o download (quando se baixa arquivos ou se acessa um site qualquer) e de 1 Mbps para o upload (quando se envia algo, e-mail ou mensagem instantânea).
O tempo de resposta (entre dar o comando e perceber que ele foi obedecido) não pode ser superior a 95 milésimos de segundo, segundo ainda a pesquisa. Em Fortaleza, apontada no levantamento como a cidade brasileira com a melhor qualidade de internet, a velocidade de download auferida foi de 4,3 Mbps, ante 570 Kbps (kilobits por segundo) de upload. O tempo de resposta ficou em 114 milésimos de segundo.
A pesquisa indica ainda que nos próximos cinco anos os internautas estarão consumindo mais capacidade de rede porque assistirão a vídeos sob demanda e farão videoconferências, entre outras aplicações sofisticadas. Por isso, os especialistas estimam que até 2015 um domicílio estará consumindo 500 GBytes mensalmente, ante os atuais 20 GB.
Para dar conta dessa quantidade de dados trocados via internet será preciso investir mais para que as redes ofereçam velocidades de download de 11,25 Mbps e de 5 Mbps de upload com uma resposta de 60 milésimos de segundo. O mais grave é que o estudo apura que nenhuma cidade brasileira está preparada para essa fase. No mundo, aliás, apenas 38 cidades estão preparadas para esse novo consumo da Internet. O levantamento monitorou 239 cidades, em 72 países.
Já com relação a preço, um estudo da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) mostra que o brasileiro gasta, em média, mais de R$ 200 (U$ 120) mensais por uma cesta de serviços que inclui, entre outros itens, 165 minutos de ligações, 174 torpedos (SMS) e 2,1 megabites de tráfego de dados - o mais caro entre os países em desenvolvimento no mundo. As operadoras móveis, por meio do SindTelebrasil, reagiram. Em nota oficial, a entidade deu a entender que a pesquisa da ONU foi baseada em dados estatísticos imprecisos.
De acordo com o SindTelebrasil, os preços usados para o estudo do órgão da ONU foram aferidos de uma única operadora. Em função disso, o levantamento não reflete o perfil médio de utilização do serviço no país. Isso porque, segundo dados da entidade, a conta média mensal paga pelos usuários brasileiros de telefonia móvel é de cerca de R$ 35 (U$ 21) mensais. Segundo ainda o SindTelebrasil, sem os impostos, o cidadão pagaria apenas R$ 25 pelos mesmos serviços.
Ainda na nota oficial, o SindTelebrasil apontou que "a cesta considerada pela Unctad também está longe de refletir o perfil médio de utilização desses serviços no Brasil. O brasileiro fala em média 90 minutos mensais ao celular, pouco mais da metade do considerado no estudo".
Mas fato é que as operadoras, agora, terão de provar que seus preços não são os mais caros, nem que os serviços estão distantes da realidade econômica do brasileiro. Ao mesmo tempo, temas como interconexão, compartilhamento de infraestrutura de rede e melhoria da qualidade do serviço estarão à mesa para debate no Futurecom 2010.
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