Os primeiros passos da Portugal Telecom na brasileira Oi



Com sinergias de 12 bilhões de reais da operação, companhias vão focar no mercado brasileiro para depois expandir suas fronteiras

São Paulo – Sete meses depois do desembarque da Portugal Telecom no capital da Oi, os portugueses finalmente começam a desenhar um plano de negócios para fazer com que a companhia brasileira se transforme na supertele sonhada pelo governo passado. Entre as primeiras ações pedidas pelos portugueses à direção da Oi, está o investimento pesado em telefonia móvel.


Depois de reforçar a presença no mercado brasileiro, a PT e a Oi também querem expandir seus negócios para América Latina e África, além de reorganizar o emaranhado da estrutura societária e unificar seus call centers para atender melhor os clientes. “O objetivo é ser uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo nos próximos cinco anos”, disse a EXAME.com uma fonte ligada à Portugal Telecom. Veja abaixo quais serão os primeiros passos das operadoras.
Foco no mercado brasileiro, principalmente em telefonia móvel - Com 19,4% de participação em telefonia móvel, a Oi ocupa apenas a quarta posição do ranking, longe da líder Vivo, que tem 29,71%. Para reverter essa situação, a operadora concentrará esforços – boa parte dos 12 bilhões de reais vindos dos dois aumentos de capital previstos na chegada dos portugueses à empresa – na telefonia móvel. Em 2009, aliás, a situação era mais confortável: a Oi tinha 20,73%. “É imprescindível ganhar mercado em celulares para fazer frente às outras operadoras, e é isso que será priorizado. É um segmento com grande potencial de crescimento para a Oi”, diz a fonte. “Em São Paulo, por exemplo, estamos há pouco tempo e não exploramos todo o potencial”.
Hoje, a Oi contabiliza perda também nos segmentos de telefonia fixa, banda larga e internet. Eles receberão investimentos em novas tecnologias, vindas dos centros de pesquisa da PT no país. A perda de mercado da Oi aconteceu em redutos onde ela era mais tradicional, como o Nordeste e o Rio de Janeiro, onde ainda tem participação dominante. Os planos incluem crescer em áreas relativamente novas para a companhia, como São Paulo e as regiões Sul e Centro-Oeste.
Internacionalização - “É natural que, depois de se estabelecer no mercado brasileiro, a empresa expanda suas operações. Entre os mercados promissores, estão a América Latina e a África, onde a PT tem operações”, diz a fonte ligada aos portugueses. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, já havia assinalado boas chances de parceria com a PT no exterior, seja criando operações ou adquirindo empresas locais. O plano estratégico da PT, que termina neste ano, era ter 100 milhões de clientes, presença na América Latina e África, e metade da receita vinda de fora de Portugal (hoje, 60% vêm do Brasil).
Na África, a Portugal Telecom é acionista da Unitel, a maior empresa de telecomunicações de Angola, com participação de 25%. A empresa atende a 4,5 milhões de clientes, distribuídos em 115 municípios - o equivalente a quase 56% do mercado. A PT não é a única portuguesa no país; há também a TMN na briga por clientes.
O último passo concreto que a Oi tomou, sozinha, em direção a outras fronteiras foi a parceria firmada, no final de janeiro, com a rede portuguesa de televisão SIC Internacional, que passa a integrar a oferta da Oi TV. A SIC já é distribuída pelas principais operadoras como a NET, a Sky e a Embratel. O grupo conta atualmente com uma cobertura de cerca de 80% do mercado de televisão por assinatura no Brasil.

 

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