O Brasil tem de deixar de ser apenas um montador de aparelhos e começar a
investir no desenvolvimento de tecnologia de telecomunicações. A
advertência é do gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação do
BNDES, Alan Fischler e foi feita no seminário “O futuro das
telecomunicações no Brasil”, realizado no Rio.
Fischler acredita que os incentivos trazidos pelo novo pacote do
governo para a política industrial - programa Brasil Maior – são uma
boa oportunidade para o desenvolvimento da indústria nacional de
infraestrutura e equipamentos para telecomunicações.
“Precisamos romper o ciclo de ser apenas importadores. Temos que
identificar as principais rotas tecnológicas que importam para o País.
Não adianta tentar competir com tecnologias maduras, porque elas já têm
custo reduzido. Isso significa que temos que estar sempre olhando para o
futuro, quais as rotas que estão surgindo e investir em capacitação e
inovação”, disse o executivo.
O Brasil sempre foi basicamente um montador
Pelos dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria
Eletro-eletrônica (ABINEE) o déficit comercial do setor de
telecomunicações será de US$ 33 bi este ano. Em 2010, foi de US$ 27 bi.
Fischler lembrou que as principais indústrias de telecomunicações do
mundo sempre estiveram presentes no Brasil – multinacionais e algumas
nacionais – mas não desenvolvem tecnologia de produtos.
“Essa indústria – observou – é de baixa agregação tecnológica, mesmo a
que não é de telefones celulares. A de infraestrutura mesmo. O Brasil
sempre foi basicamente um montador de equipamentos. Não tem jeito, os
componentes sempre foram importados. Assim, paradoxalmente, quanto maior
o setor de telecomunicações no Brasil, maior será o déficit comercial
do setor.”
A desoneração para máquinas e equipamentos de banda larga
Boa notícia: vem aí, dentro de duas semanas, no máximo, o governo
terá uma definição sobre as desonerações para a produção de máquinas e
equipamentos utilizados na implantação de redes de banda larga no país.
Fazenda, MCT e Desenvolvimento e Indústria e Comércio.
“O percentual (de desoneração) pode ser elevado, mas só poderá ser
definido depois que levarmos para a presidente”,anunciou o ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, no mesmo seminário no Rio. Ele admitiu que
em alguns componentes a desoneração poderá ser completa.
O ministro das Comunicações detalhou que os estudos se encaminham
para a instituição de um regime especial de tributação para redes de
telecomunicações, com incentivos tributários não apenas para os
equipamentos, mas também para a parte de construção, como já já acontece
no setor de energia elétrica. Há previsão de redução de PIS/Cofins,
desde que sejam cumpridos patamares de conteúdo nacional na produção.
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