Jogos trarão aportes de R$ 5 bi em tecnologia

http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=9&id_noticia=303370


SÃO PAULO - Os setores de telecomunicações e de tecnologia da informação (TI) vibraram com a escolha, na sexta-feira, do Rio de Janeiro para ser a sede das Olimpíadas de 2016. A previsão das empresas desses setores é de que a realização dos Jogos trará investimentos de, no mínimo, R$ 5 bilhões, o que abre perspectivas de aquecimento dos negócios para companhias como Embratel, Oi, Intelig, GVT e CTBC, para o fornecimento de serviços.


A previsão entra na conta do giro geral previsto de R$ 102 bilhões com as Olimpíadas, a longo prazo. Os recursos vão abranger 55 setores econômicos, com R$ 30 bilhões em investimentos públicos e privados na infraestrutura olímpica. Incluem-se aí as áreas de turismo e a de transportes - só esta última consumirá aportes de R$ 9 bilhões em metrôs, trens e sistemas rápidos de ônibus.

Em relação às áreas de telecomunicações e TI, o projeto de candidatura - Rio 2016 - mostrou que até dezembro do ano passado 36 empresas de telefonia tinham licença para fornecer comunicação de dados ou serviços de telefonia nacional e internacional de longa distância. Dessas empresas, Embratel, Oi, Intelig, GVT e CTBC podem fornecer os serviços corporativos que o Comitê Organizador vai precisar para suas redes de comunicação de dados, assim como para suas redes de transmissão e distribuição.

"A maior parte das instalações existentes [no Rio de Janeiro] já possui infraestrutura de comunicações para fornecer serviços de voz, dados e vídeo, incluindo redundância física com redes de fibra ótica", explica o documento, enfatizando que a rede local pode ser facilmente expandida para atender à demanda dos jogos .

Até 2016, todas as cidades com mais de 30 mil habitantes e pelo menos 50% das cidades com menos de 30 mil habitantes, segundo acordo das operadoras de telefonia móvel, firmado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), terão acesso a cobertura de terceira geração (3G). Ainda de acordo com o projeto, "mais de US$ 2 bilhões foram investidos em infraestrutura e nas instalações dos Pan-americanos e Parapan-americanos Rio 2007", legado que deve contribuir para os Jogos Olímpicos.

Eduardo Tude, sócio diretor do portal Teleco, especializado em telecomunicações, explica que a infraestrutura do Rio é consistente, mas é preciso avaliar a velocidade e a qualidade dos acessos à banda larga. "Os turistas da Europa e dos Estados Unidos estarão acostumados com conexões de alta velocidade. As operadoras terão realmente de se preparar", explica.

Turismo

O setor de turismo teve de se mexer para dar conta das exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), especialmente na área de hospedagem, que chegou a ser apontada como uma das fragilidades da candidatura brasileira. Mas o comitê organizador do Rio 2016, garantiu em seu projeto que serão disponibilizados quase 50 mil quartos em hotéis, duas vilas para a área de mídia, acomodação para árbitros e até os navios turísticos. Este número atende quase que exatamente o que foi solicitado pelo COI.

Por isso, um projeto apresentado pela Rede Windsor de Hotéis agradou os organizadores e deve encorpar a área hoteleira do Rio. A rede deve saltar de seus atuais 2,2 mil leitos para 4 mil acomodações até 2012.

"Apresentamos cinco projetos, que incluem a reforma, ampliação e a construção de hotéis", comentou com o DCI Paulo Marcos Ribeiro, gerente de Marketing dos hotéis Windsor. As unidades da rede estarão distribuídas entre os bairros de Copacabana, Barra da Tijuca e Flamengo - todas regiões de forte turismo.

Ribeiro explicou que as unidades serão concluídas entre 2010 e 2012, quatro anos antes das Olimpíadas e a tempo de aproveitar a demanda que será trazida por um outro evento esportivo mundial, a Copa de 2014. A rede Windsor não divulgou quais são os montantes a serem investidos. Ela pertence a um grupo de vários sócios - brasileiros e europeus.
De acordo com dados divulgados pela Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), a previsão é de que o número de visitantes estrangeiros durante os jogos olímpicos seja entre 10% e 15% superior ao que será registrado em 2015. Hoje, o Rio de Janeiro é o principal destino turístico procurado por visitantes de fora - 30% dos que chegam ao Brasil, vão o Rio.
Transportes
A área de transportes também está com um gordo orçamento: cerca de R$ 9 bilhões, que serão aplicados no Metrô, trens e ônibus. Conforme o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) serão implantados três sistemas de Bus Rapid Transit (BRT) ou ônibus rápido, que consumirão mais de R$ 2,5 bilhões.

Além disso, mais de 40% da frota do metrô será renovada. Isso deve custar US$ 600 milhões e animar empresas com Alstom e Siemens. No sistema de trens metropolitanos, serão adquiridos mais 120 novos vagões.



Nenhum comentário:

Postar um comentário