Luís Osvaldo Grossmann
Convergência Digital
Diante
dos problemas de qualidade dos serviços da telefonia móvel, a Anatel
vem capitaneando reuniões com as operadoras para verificar de perto a
ampliação das infraestruturas necessárias para atender à demanda atual
- e em rápido crescimento - especialmente pelo sucesso de vendas que
representa a banda larga móvel. Além de controlar a liberação de novas
autorizações de serviço com base na ampliação das redes, a agência
propôs às empresas que invistam no compartilhamento dessas
infraestruturas.
"Nós
estamos tomando ações preventivas. O problema apareceu, mas não foi
intencional, foi conjuntural. Hoje o problema está administrado, mas
precisa de novas ações muito importantes para que não volte a ter
problemas”, afirmou o superintendente de Serviços Privados da Anatel,
Jarbas Valente.
O próprio Valente antecipara preocupações da Anatel após uma reunião
com os presidentes das operadoras móveis, em setembro, quando explicou
que as redes para o 3G foram subdimensionadas, pois tomaram como base
os investimentos em outros países, mas não levaram em conta a forte
demanda reprimida no Brasil.
Nesse sentido, o superintendente disse que a Anatel vem controlado a
liberação de novos serviços ou novas áreas de atuação, autorizando-as
somente após a comprovação de que houve ampliação na capacidade das
redes. Segundo ele, todas as empresas foram notificadas pela agência
por conta de problemas aos consumidores, especialmente por interrupções
no serviço.
Agora, além dos investimentos que já vêm sendo feitos – cada empresa
teria adicionado pelo menos quatro mil novas estações radiobase (ERBs)
– a agência incentiva as operadoras móveis para que compartilhem os
investimentos, tanto nas torres, como já acontece hoje, quanto nas
próprias redes.
"Já temos pelo menos dois exemplos, um no Sul, outro no Nordeste, em
que as empresas estão investindo conjuntamente na construção de
backhauls", disse Valente. Mas a ideia é levar esse compartilhamento
também aos equipamentos de radiotransmissão.
“Na infraestrutura está tudo bem, elas estão compartilhando. Agora
precisa do compartilhamento de redes. O mesmo equipamento atenderia
diferentes radiofrequências. A solução que estamos discutindo é como
dividir, quem quer se juntar e onde”, explicou o superintendente. Como
cada empresa precisaria ainda ampliar em oito mil/cada o número de ERBs
no país, o compartilhamento reduziria esse investimento.
A intenção, por enquanto, é que as quatro grandes operadoras móveis
do país se juntem em pares. “Hoje a gente acha possível compartilhar
duas a duas. Poderiam ser as quatro, mas temos que ver como resolver a
questão das licenças, por exemplo, uma vez que elas são expedidas por
empresa. Aí, ao invés de botar em todo o Brasil 12 mil ERBs vezes
quatro, vai colocar 12 mil vezes dois”, disse Valente.
Segundo o superintendente, nenhuma empresa se mostrou contrária à
ideia apresentada pela agência, mas ele insiste que isso precisa estar
bem definido até fevereiro do próximo ano, uma vez que o leilão das
frequências do 3G determinou obrigações de cobertura com prazo certo
para serem cumpridas, parte delas até meados de 2010 – e caso esse
compartilhamento não comece logo, vai se reduzindo o número de ERBs,
por exemplo, a serem divividas, o que pode diminuir o interesse das
empresas.
Para o superintendente da Serviços Privados, o compartilhamento
poderia, até, encurtar o prazo para que a cobertura 3G chegue a todo o
país. “Dependendo do projeto, como fechar, em três anos se coloca o
país todo com banda larga, além das obrigações [do leilão 3G]. Antes,
portanto, do prazo de oito anos para cidades com menos de 30 mil
habitantes e de cinco anos para aquelas com até 100 mil”, calculou.
Fonte: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=21211&sid=8
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