Luís Osvaldo Grossmann
Convergência Digital
A
pressão do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor para que as
empresas de telecom cumpram os dispositivos do Decreto do SAC (Serviço
de Atendimento ao Consumidor) não está surtindo efeito. As operadoras
fixas e móveis continuam liderando as queixas de quem procura
atendimento pelos call centers - juntas, concentram 53,8% das
reclamações. Por isso, o Ministério da Justiça vai estudar duas
sugestões do Ministério Público: Criminalizar executivos das operadoras
e incluir o desrespeito às regras nas análises sobre renovação de
concessões.
"Já
que as multas e processos não foram suficientes, vamos discutir se
seria cabível a responsabilidade criminal dos executivos das empresas e
de que maneira isso deve ser levado em consideração nos processos de
concessão", afirmou nesta sexta-feira, 4/12, a secretária de Direito
Econômico do Ministério da Justiça, Mariana Tavares.
Enquanto isso, a SDE abriu mais sete processos administrativos
contra empresas de telefonia - Oi, Claro, GVT, Embratel, TIM, Vivo e
Nextel - por conta do reiterado desrespeito aos dispositivos do Decreto
do SAC, que está completando um ano de vigência.
“Para preparar o balanço de um ano, coloquei fiscais telefonando
para as empresas com maior número de reclamações e em todas foram
constatadas irregularidades, como a inexistência nos menus da opção
para falar com um atendente ou de cancelamento de serviço", explica
Mariana Tavares.
No geral, a avaliação do Ministério da Justiça é de que o Decreto
6523/2008 teve efeito positivo, especialmente, pela melhora
identificada nos atendimentos de serviços bancários ou de transporte
terrestre. “Há boas notícias, mas também preocupações. Alguns setores
resistem a se adaptar ao Decreto, como é o caso das empresas de
telefonia”, afirma a secretária da SDE.
Em julho, o Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor
(Sindec), que reúne o Departamento de Proteção de Defesa do Consumidor
do MJ e Procons de todo o país, ingressou com duas ações, contra a Oi e
a Claro, cada uma pedindo indenização de R$ 300 milhões por danos
morais.
O valor, correspondente a 100 vezes a maior multa prevista no Código
de Defesa do Consumidor, não parece ter sensibilizado as empresas –
elas chegaram a prometer ao ministro da Justiça, Tarso Genro,
apresentar um plano para a melhoria do atendimento, mas isso até hoje
não aconteceu. As ações continuam tramitando no ritmo familiar ao
Judiciário nacional.
“É estarrecedor que um ano depois do Decreto, após inúmeras
aplicações de sanções e multas e de ações de R$ 300 milhões, o padrão
de comportamento das empresas seja o mesmo”, lamenta o diretor do DPDC,
Ricardo Morishita. Ao apresentar o balanço de um ano do Decreto, ele
mostrou gravações de tentativas infrutíferas de atendimento em call
centers. “O destaque negativo, de novo, é a telefonia”, conclui.
Nos 12 meses da vigência do Decreto – entre dezembro de 2008 e
novembro deste ano – houve 13.076 reclamações de desrespeito à regra.
Dessas, 3.870 são relacionadas à telefonia móvel (29,6%) e 3.166 à
telefonia fixa (24,2%). O terceiro setor mais reclamado é o de cartões
de crédito, com 2.621 queixas (20%).
No caso específico da telefonia móvel, a Oi lidera com 1.277
reclamações (33% das queixas ao SMP); seguida pela Claro, com 1.183
queixas (30,5%); TIM (784, 20,2%); e Vivo (614, 15,8%).
Na telefonia fixa, a Oi é novamente a mais reclamada – e com ampla
distância das demais. Das 3.166 reclamações ao setor, a Oi foi
responsável por 2.184 delas (68,9%). Em seguida vem a GVT, com 344
queixas (10,8%), a Embratel/Net (316, ou 9,9%), a Telefônica (218, ou
6,89%) e a TIM (84 queixas, ou 2,6% dos casos).
Fonte: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=21217&sid=8
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