Luís
Osvaldo Grossmann
Apesar
de dados do próprio setor de que mais de três mil dos 5561 municípios
brasileiros não contam com serviços de banda larga, as concessionárias
de telefonia sustentam que não existem problemas de cobertura no país,
uma vez que a troca de obrigações dos PSTs as obrigará a construir um
backhaul para todas as sedes municipais até o final deste ano.
Foi nessa linha de pensamento que o presidente da Oi, Luiz Eduardo
Falco, afirmou durante seminário promovido pela Momento Editorial, em
Brasília, que o Plano Nacional de Banda Larga seria desnecessário.
Segundo ele, "o aspecto da cobertura está resolvido. O problema está na
penetração do acesso à internet, que sofre limitações por conta da baixa
renda per capita".
O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do
Planejamento, Rogério Santanna, principal idealizador do PNBL com uso
das redes públicas de fibras óticas, "a questão não é chegar, mas dispor
do serviço". Ele observou que muitos prestadores de acesso gostariam de
oferecer banda larga, mas sofrem com a indisponibilidade de redes.
"Números das próprias empresas apresentados mostram que só existe
competição efetivamente em 174 municípios do país. Em outros 235
prevalece uma situação monopolista, enquanto outros 3145 estão
condenados à desconexão eterna. Esse país mostrado por Falco não é o
mesmo em que eu vivo", rebateu Santanna.
O secretário reafirmou que o principal objetivo do PNBL é o
estabelecimento de uma rede neutra que possa ser oferecida a quem se
interessar em oferecer acesso. "Queremos competição. E para ter
concorrência temos que eliminar o controle da infraestrutura", afirmou.
Banda Larga para todos: Quando e como?
A maioria das operadoras presentes ao seminário, no entanto, manteve a
defesa de que a iniciativa privada pode massificar o acesso à banda
larga, desde que devidamente incentivada. Tanto que renovaram os apelos
por mais espectro e pela redução da carga tributária, que, pelos números
apresentados, dobram o custo do serviço no país.
Essa linha foi defendida especialmente pelos presidentes da Oi, da
Telefônica, Antonio Carlos Valente, e da Vivo, Roberto Lima. A lógica
deles é de que devem ser fortemente reduzidos impostos federais e
estaduais, além das taxas, inclusive àquelas cobradas pela Anatel, para
que as empresas consigam oferecer serviços mais acessíveis.
Foi justamente a discussão de que tentou fugir o assessor especial da
Presidência da República e coordenador dos programas de inclusão
digital, Cezar Alvarez. Para ele, limitar a discussão do Plano de Banda
Larga à falta de espectro e à carga tributária, ainda que referentes a
problemas concretos, tiram o foco do debate.
"Temos objetivos que são muito amplos para caber apenas nesses
pontos. Queremos, primeiro, levar banda larga barata onde ninguém quer
ir. Além disso, dar um "empurrãozinho" para que o mercado atenda a
periferia das grandes cidades, o que entendemos deve acontecer com
rádio, WiMAX. E também precisamos abrir uma discussão de como oferecer a
ultrabanda larga", atestou.
Para provar que a discussão tributária é uma simplificação dos
problemas, Alvarez lembrou que o Confaz autorizou que os estados reduzam
ICMS em troca de ofertas de banda larga a preços mais acessíveis. Até
agora, porém, apenas o governo de São Paulo lançou um programa nessa
linha - com ofertas da Telefónica e da Net - mas que essa linha enfrenta
dificuldades para emplacar junto ao consumidor.
Cesar Alvarez revelou ainda que a reunião ministerial sobre o Plano
Nacional de Banda Larga foi adiada - e só deverá acontecer no início de
abril - em função da agenda do Presidente Lula. O encontro estava
agendado para a primeira semana de março.
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