Segundo especialistas, tecnologia deve decolar em 2011, mas sua eficiência depende de algumas diretrizes.
Por David Messina, da NetworkWorld
A infraestrutura virtual de desktop (ou VDI, sigla do termo em inglês virtual desktop infraestructure) ganha mais força no mercado com sua possibilidade de permitir que administradores gerenciem desktops e aplicações, a partir de uma localização centralizada. A consequência lógica disso é rapidez no fornecimento e implantação de novas máquinas, situação ideal para ambientes em rápida expansão de máquinas cliente. Os usuários finais também se beneficiam, com a possibilidade de acessar aplicações críticas de qualquer lugar, valendo-se de recursos centrais poderosos.
Apesar de todas as promessas, projetos de VDI falham. E a razão principal é a insatisfação do usuário. Com a dinâmica veloz do mercado, os usuários estão menos tolerantes a falhas e problemas de desempenho. A boa notícia é que as falhas possuem razões comuns e um estudo mais cauteloso vai ajudar a evitá-las.
Infraestrutura de redeO ponto fundamental para a satisfação do usuário com o desktop virtual é a rede. É ela quem alimenta o dispositivo do cliente com informações e atividades. Mesmo que os servidores sejam potentes e que o melhor equipamento esteja na mesa do usuário, uma rede ruim vai minar o projeto. E para começar, é necessário entender as diferenças entre LAN, WAN e VPN.
Os problemas surgem quando os usuários começam a acessar o desktop virtual por meio de WAN, VPN ou outros links mais lentos. Na rede LAN, não costuma haver problemas, o que gera outro problema: testes realizados por meio dessa rede podem causar falsa sensação de requisitos cumpridos. Se o time responsável pela implantação não tiver referência do desempenho das máquinas em todos os links de rede, uma entrada em produção dos VDIs pode ser desastrosa.
Ao analisar a largura de banda, o responsável pelo projeto deve levar em conta os picos de utilização e não somente o uso médio de rede. Com a informação dos picos, o responsável pelo projeto pode trabalhar junto ao fornecedor de VDI para ajustar parâmetros de protocolo que garantam o desempenho da infraestrutura como um todo. Os parâmetros incluem resolução do vídeo, qualidade do áudio, redirecionamento de portas USB e outras configurações.
Uma vez configurada, é importante monitorar a infraestrutura continuamente para avaliar explosões repentinas nas cargas de rede. Para isso, é importante realizar testes pilotos qualificados, ao longo dos quais os responsáveis vão elaborar diretrizes de estabilidade das quais serão tiradas as bases para o projeto de implantação completa, em produção.
Visibilidade em tempo realA entrega bem-sucedida de um desktop virtual depende de uma série de elementos: rede, armazenamento compartilhado, integradores de conexões, dispositivos do cliente, servidores de virtualização de aplicações, servidores de Active Directory, servidores DHCP, portais de segurança etc.
Com isso, desempenho, disponibilidade e limitações de cada componente da infraestrutura impactam diretamente a qualidade na experiência do usuário final. Exemplo: quando um desktop demora para realizar login, pode estar sofrendo com um integrador de conexões inapto para lidar com logins simultâneos, mas também poderia ser por conta de uma atualização demorada do antivírus que precisa acontecer após o login. Uma solução granular de gestão de performance é a única maneira de visualizar os elementos nesses segundos críticos.
As diversas partes de um ecossistema de VDI demandam um retrato preciso, abrangente e veloz, ou a postura reativa será uma triste realidade na infraestrutura. Problemas de desempenho não podem ser recriados por logs ou relatórios disparados por componentes da máquina virtual. Um sistema em tempo real, por outro lado, permite que o responsável navegue pela infraestrutura e descubra a fonte dos problemas no momento em que eles ocorrem. Os administradores devem contar com um único painel de visualização que cubra todos os componentes, físicos ou virtuais, para que não sobrem pontos cegos.
O tempo de resposta, também conhecido como latência, tem um impacto direto e imediato na experiência do usuário final. O desempenho do desktop virtual é altamente sensível a mudanças repentinas na latência do armazenamento ou da rede. Se essas variações não forem medidas em tempo real, os administradores da infraestrutura sofrerão com reclamações de usuário sem ter um aviso prévio de possíveis problemas.
As piores situações ocorrem quando o conjunto de soluções dos gerentes de infraestrutura mostra retratos da infraestrutura em intervalos de 5 a 10 minutos, quando qualquer latência de 30 segundos já causa problemas para os usuários e acaba causando má fama para o departamento de suporte de TI. Por outro lado, com ferramentas de análise em tempo real, disponível para todos os membros-chave da equipe de TI, as chances de isso ocorrer se reduzem sensivelmente.
Poder para os usuáriosAo avaliar as ferramentas de gerenciamento para virtualização de desktops, as soluções que capturam diretamente a experiência do usuário devem receber consideração especial. Se os usuários puderem disparar uma gravação de suas atividades quando problemas ocorrem, os administradores conseguem monitorar a carga em tempo real na infraestrutura. Essa informação, rica em conteúdo, elimina o passo de “recriar” o problema. Sem contar que isso nem sempre é possível, em diferentes momentos do dia.
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