Por Michael O'Boyle
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A fusão da América Móvil com a
operadora fixa Telmex criou uma gigante latino-americana das
telecomunicações, mas investidores se preocupam que união das empresas
esteja afetando o lucro.
A América Móvil, maior operadora celular da América Latina, vai
divulgar seus resultados nesta terça-feira, após o fechamento dos
mercados, e analistas esperam que o amadurecimento do mercado móvel
latino e a consolidação da Telmex em seus números acabem por reduzir
suas taxas de crescimento.
A Telmex, que é responsável por um quinto das receitas da América
Móvil, divulgou uma queda de 32 por cento no lucro trimestral na semana
passada, atingida por impostos maiores e perdas com clientes de
telefonia fixa.
A fusão ocorrida no ano passado criou um dos maiores grupos de
telecomunicação do mundo, mas ainda não está claro quando potenciais
sinergias começarão a se fazer sentir, parcialmente por causa de
restrições regulatórias nos mercados de TV paga do Brasil e do México.
"Nós realmente não gostamos da fusão. É uma negócio móvel
saudável com uma série de boas perspectivas e agora está sendo arrastado
por uma operação de telefonia fixa que enfrenta muitos desafios", disse
Richard Dineen, analista do HSBC.
Os gestores da América Móvil afirmam que a fusão, que também
incorporou ativos de telefonia fixa em outras partes da América Latina,
vai ajudar a companhia a agrupar serviços para clientes e a enfrentar
melhor competidores.
As empresas são controladas pelo bilionário mexicano Carlos Slim,
que de maneira confiante elevou os planos de investimentos deste ano
enquanto a maior parte dos rivais globais da América Móvil estão
cautelosamente mantendo investimentos baixos após a recessão.
Analistas acreditam que a América Móvil está trabalhando para
sustentar uma vantagem em infraestrutura sobre a rival Telefónica,
construindo uma rede de banda larga móvel capaz de atender a crescente
demanda por smartphones e tablets como o iPad, da Apple.
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