Ter mais de um celular nem sempre é vantagem














Cliente que acumula aparelhos de operadoras diferentes, para baratear contas no fim do mês, precisa ficar atento. Pesquisar planos e promoções oferecidos é a melhor opção para não cair em armadilha

Pesquisa divulgada no fim de janeiro pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelou que Pernambuco e outros 15 Estados do Brasil possuem mais linhas de telefonia móvel do que o total de habitantes em seus territórios. Mais que um número, o dado revela uma mudança no comportamento dos consumidores nos últimos tempos. Em busca de preços mais acessíveis, os clientes começam a adequar as vantagens oferecidas por cada operadora as suas necessidades pessoais e passam a acumular duas, três e, às vezes, até quatro linhas de empresas diferentes. Mas o que parece uma boa alternativa para fugir de uma conta mais cara no fim do mês pode se transformar em um problema, caso o consumidor não esteja atento a especificidades de cada contrato.
Para a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, a principal dica para quem pretende se dispor a assumir vários compromissos, com diferentes operadoras, é ficar atento às promoções, pesquisar e levar tudo para a ponta do lápis. “Os consumidores são bombardeados com uma enxurrada de promessas. Com isso, terminam comprando vários celulares, de diversas operadoras. Muitas vezes, essas promoções possuem um tempo limitado e depois disso os preços voltam ao normal. É preciso pesar o custo-benefício. O ideal é saber o que oferece cada operadora, as facilidades que os planos escolhidos proporcionam e se a soma de vários celulares resulta em economia”, argumentou.
A busca por mais custo-benefício foi justamente o que fez a jornalista Cristina Cadaval adquirir três aparelhos de empresas distintas. “No começo, eu tinha apenas um número da Oi, que era a operadora mais popular há alguns anos. Há cerca de um ano e meio, adquiri um aparelho da Tim, pois quase todos os meus amigos e familiares eram clientes dessa operadora e, além disso, eu podia ligar para fora do Estado pagando o mesmo preço da ligação local. Recentemente, ganhei um celular da Vivo, que cobra um valor menor por minuto e também facilita quando quero ligar para alguém da Claro”, contou.
A economia, contudo, traz junto o transtorno de ter que transportar vários aparelhos ao mesmo tempo. “Quase sempre levo os três dentro da bolsa. Se vou para o Centro, fico com medo de ser roubada e procuro guardar cada um em um lugar diferente. Por outro lado, é bom para o trabalho, pois quando preciso ligar para pessoas de operadoras diferentes acabo economizando. Mesmo assim já estou quase desistindo e vou acabar me desfazendo de um deles”, completou. Apesar de já existirem aparelhos que comportam dois ou três chips no mercado, os preços ainda não deixam os celulares acessíveis a todos. Pela internet é possível encontrar telefones de três chips por preços que giram em torno de R$ 250.
NÚMEROS
A área correspondente ao DDD 81, em Pernambuco, aparece na 15ª colocação do ranking da “teledensidade” divulgado pela Anatel. A região que corresponde ao Grande Recife, Zona da Mata e parte do Agreste, apresenta a relação de 116,41 linhas para cada 100 habitantes. Os três primeiros colocados são: Salvador, com 155,41, Brasília, com 147,32, e São Paulo, com 131,91. Os Estados que efetivamente têm mais de um celular por habitante são: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário