Luís Osvaldo Grossmann
Convergência Digital
Se
a negociação sobre as novas metas de universalização parece avançar
pouco, apesar das reuniões quase diárias sobre o assunto, é porque as
concessionárias ainda não conseguiram colocar à mesa uma proposta capaz
de o governo a rever o que foi colocado pela Anatel no novo
plano geral, o PGMU 3.
A disposição para isso existe, pelo menos
no campo da banda larga. A própria Anatel já acenou com a possibilidade
de retirar do PGMU as metas de backhaul, deixando esse tema para o
Plano Geral de Metas de Competição. Mas para que isso aconteça, as
empresas precisam apresentar uma alternativa que atenda o objetivo de
massificar o uso da internet no país.
Alguns dos representantes
das concessionárias que participam das reuniões chegaram a dizer que
ainda não houve tempo hábil para que uma proposta como essa fosse
construída. Ao mesmo tempo, há sinais de que esse cenário poderia
começar a mudar a partir desta quarta-feira, 9/2, quando haverá reuniões
em separado com as teles, antes de um novo encontro, nesse mesmo dia,
de todos os negociadores.
Pelo PGMU, as concessionárias devem
garantir disponibilidade de backhaul onde houver demanda, além de
ampliar a capacidade da infraestrutura já existente. As empresas
reclamaram da própria existência dessas metas – por entender que o PGMU é
para telefonia fixa – e dos custos calculados pela Anatel para que tais
obrigações fossem atingidas.
O que o governo disse as empresas é
que aceita retirar o assunto do Plano Geral de Metas de
Universalização, mas não de algum tratamento para a questão da banda
larga. Daí a expectativa de uma posição das concessionárias: uma
proposta que seja ao mesmo tempo economicamente viável para as empresas,
mas que consiga levar internet a um preço que caiba no bolso da maioria
dos brasileiros.
Telefonia
Já as metas relativas à
telefonia seguem em outra toada. A posição que foi colocada às
concessionárias é que o governo não abrirá mão das obrigações relativas à
telefonia rural ou mesmo aos postos multisserviços em escolas públicas,
postos de saúde, cooperativas rurais, etc. Esses temas continuam no
PGMU.
As divergências aí, portanto, são de custos. Primeiro
porque as empresas discordam da metodologia adotada pela Anatel na
preparação do plano de metas. Além disso, ponto que voltou a figurar nas
discussões entre governo, agência e teles, as empresas alegam que o
governo insiste em não apresentar as fontes de financiamento para as
metas.
Em boa medida, é por essas diferenças de custos que esta
quarta-feira,09, começará com reuniões separadas com cada uma das
concessionárias – embora mantenha-se a esperança de que as empresas
sinalizem com alguma proposta também para a banda larga.
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