Apesar
da previsão legal e em regulamento da Anatel, o tratamento dado à
neutralidade de rede nas propostas do Marco Civil da Internet e do
Serviço de Comunicação Multimídia não garante segurança, de acordo com o
Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR e de empresas
diretamente ligadas à rede, como a Google. A própria decisão da agência
de regular a neutralidade é questionada.
“Isso
não cabe só à Anatel, pois envolve questões comerciais, de conteúdo,
etc. A Anatel deve tratar apenas do pedaço referente às redes de
telecomunicações, que é somente uma das camadas da internet”, afirma o
presidente do NIC.br - e um dos pais da internet no Brasil - Demi
Getschko.
Há dúvidas sobre os textos. O projeto de Marco Civil da Internet, já
encaminhado ao Congresso Nacional, prevê a não discriminação de
conteúdos, mas remete o detalhamento para uma regulamentação posterior.
De certa forma, esse detalhamento está previsto na proposta de
regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia, norma que a Anatel
colocou em consulta pública. Mas a redação também abre margem para
diferentes interpretações.
“A referência ao regulamento, no Marco Civil, pode ser uma armadilha. De
certa forma, isso é um perigo”, desconfia o diretor de políticas
públicas e relações governamentais da Google, Marcel Leonardi.
Perigo ou não, o fato é que a proposta da Anatel contempla o que pode
vir a ser tal “regulamentação”. Pelo texto, “é vedado à prestadora
realizar bloqueio ou tratamento discriminatório de qualquer tipo de
tráfego, como voz, dados ou vídeo, independentemente da tecnologia
utilizada."
Essa norma, no entanto, contém uma ressalva importante, uma vez que a
vedação “não impede a adoção de medidas de bloqueio ou gerenciamento de
tráfego que se mostrarem indispensáveis à garantia de segurança e da
estabilidade do serviço e das redes que lhe dão suporte”.
O texto não deixa claro o que pode ser incluído como garantia da
segurança e da estabilidade e, assim, deixa em aberto quando poderão ser
adotadas tais “medidas de bloqueio ou gerenciamento de tráfego”. “Da
maneira como está, vejo ressalvas, porque pode haver ‘dragões’ aí”,
destaca Demi Getschko.
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