TIM culpa Oi Fixo por problemas de conexão

TELEFONIA Convocada para explicar problemas de sinal no Estado, no MPPE, TIM disse que sofre com mau serviço da companhia concorrente, de quem aluga redes de transmissão

Em uma audiência pública esvaziada, com a presença de apenas dois representantes de entidades de defesa do consumidor, a operadora de telefonia móvel TIM negou ontem que seu serviço venha sendo executado de forma deficiente no Estado por falta de investimentos em infraestrutura.

As razões apresentadas por advogados e engenheiros da empresa para os consumidores estarem sofrendo com a constante falta de sinal e dificuldades em completar ligações são os contratos de locação de redes de transmissão. Eles não estariam sendo cumpridos a contento pelos fornecedores, dentre eles a Oi Fixo (ex-Telemar), segundo foi informado ao promotor de Defesa do Consumidor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ricardo Coelho.

A explicação técnica dada pela TIM é que a empresa previa sim o aumento no número de clientes e não estava despreparada para atendê-los. Para tanto, fechou com antecedência de até 10 meses contratos para alugar redes de transmissão que pertencem a empresas de telefonia fixa.

Isso é necessário porque, grosso modo, os celulares se conectam às torres pelo ar. Já essas precisam das redes para se comunicarem com as chamadas centrais de comutação, onde são encaminhadas as ligações. Como não dispõe de uma rede própria, a TIM faz pedidos de locação à empresas de telefonia fixa. No caso do Estado, a maior parte é solicitada à Oi Fixo, que estaria atrasando a entrega dos pedidos. “Trata-se de uma empresa que é nossa concorrente”, ressaltou um dos advogados da operadora.

Procurada pela reportagem a Oi afirmou que, por se tratar de detalhes comerciais, não comentaria os argumentos utilizados pela TIM na audiência organizada pelo MPPE.

Por falta de participação popular, o encontro realizado ontem serviu apenas para dar andamento ao inquérito instaurado pela 19ª Promotoria de Defesa do Consumidor. Ficou acertado para o próximo dia 26 a realização de um encontro definitivo, onde a questão será definida, anunciou o promotor Ricardo Coelho.

Antes disso, a TIM deverá apresentar formalmente o seu plano de expansão para o Estado e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) será requisitada a informar os dados mais recentes do monitoramento de qualidade do serviço da TIM em Pernambuco.

O representante da Associação Brasileira dos Consumidores de Telecomunicações, Renier Coelho, defendeu que a operadora deveria suspender a venda de planos até que estivesse preparada para fornecer o serviço de maneira satisfatória.

“Somos líderes no mercado do Estado, por isso, a percepção das falhas é muito maior. Mas vale lembrar que temos cerca de três milhões de clientes e aproximadamente 400 reclamações registradas nos órgãos de defesa. As reclamações crescem em valores absolutos, mas proporcionalmente decrescem”, comentou um dos advogados da TIM.

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