O secretário de logística e tecnologia da informação do Ministério do
Planejamento, Rogério Santana, estima que o presidente Lula tome uma
decisão a respeito do Plano Nacional de Banda Larga nos próximos 15
dias.
Santana acha difícil haver uma reunião entre o presidente e o
ministro para discutir o tema ainda esta semana, pois Lula está em
viagem oficial no exterior, em Washington (EUA), e retorna ao Brasil
nesta quarta-feira.
Já na quinta Lula receberá chefes de Estado, portanto a agenda do
presidente está cheia. "A reunião deve ficar para a semana que vem", diz
Santana, que participou de evento em São Paulo nesta terça-feira
(13/4).
Na avaliação de Santana, "muitas das dúvidas" sobre o plano que
existiam dentro do governo foram esclarecidas e conseguiu-se chegar a um
consenso para que o presidente Lula possa tomar uma decisão.
Embora tenha afirmado não poder falar em nome dos ministros que se
encontrarão com Lula, o secretário do Ministério do Planejamento
apresentou, em linhas gerais, objetivos e estratégias para o plano.
35 reais
A ideia de Santana é que o preço das
ofertas de banda larga passem da média de 96 reais por pacote de entrada
para 35 reais, em 2014. Essa redução, calcula o secretário, faria
aumentar o número de domicílios cobertos por banda larga de 10,2 milhões
para 35 milhões.
Embora tenha se esquivado de responder se a Telebrás será de fato
recriada, Santana voltou a dizer que a criação de uma estatal seria
importante para aumentar a competitividade no acesso ao backhaul.
A proposta é que essa empresa, seja a Telebrás ou outra, possa vender
o megabit para provedores de acesso por 230 reais. Hoje, segundo
Santana, 60% dos pequenos e médios provedores de acesso pagam entre 800
reais e 1800 reais por 2 megabits. "Baixaremos para metade o valor do
link ofertado", calcula.
Com essa redução, os provedores poderão oferecer serviços ao
consumidor por 35 reais. Outros dois valores considerados pelo governo
são 15 reais, classificada por Santana como a mais "onerosa e que
exigiria mais investimentos do governo", e 29 reais.
A aposta do secretário é que o valor para o consumidor final fique em
35 reais. Santana não quis informar a previsão orçamentária para o
plano.
Oi
Em relação ao plano apresentado pela Oi ao
governo na última semana que prevê a participação do backhaul da
operadora na iniciativa, Santana diz ver com bons olhos a atitude da
companhia. Para ele, o passo dado pela Oi forçará outras operadoras a
apresentarem propostas semelhantes, o que aumentará a competição.
O secretário ressaltou, no entanto, que a apresentação da operadora
foi preliminar e que o governo avaliará essa parceria após o presidente
Lula tomar uma decisão sobre o plano. Santana disse também que outras
empresas serão convidadas a apresentar suas propostas.
"Recebemos a proposta como merece ser analisada. Se vamos aceitar
tudo o que ela está pedindo, vamos discutir. A Oi se deslocou para outra
posição, uma posição de compor", observa. "O governo considera a Oi
como potencial parceira, mas fará seu plano. Em momento nenhum uma
empresa privada substitui o plano do governo, até porque uma empresa é
um negócio para ganhar dinheiro."
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