Teles: Estado não tem orçamento para garantir competição




Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o processo de liberalização econômica e privatizações, que dizia visar a aumentar a competição no setor de telecomunicações, na prática, resultou em concentração.
Apenas quatro grupos econômicos respondem por quase todo o mercado brasileiro. A liderança é da Telefônica Vivo, com 29% do mercado, seguida Oi Brasil/Telecom, única com capital predominantemente brasileiro (27%). A terceira colocação ficou com Claro/Embratel/Net (23%) e a TIM detém 19%.
"É fundamental que o Estado garanta um ambiente de competição que traga benefícios à sociedade em termos de preço, qualidade, disponibilidade de acesso e inovações", diz o estudo.
No entanto, o Orçamento do Ministério das Comunicações tem representado menos de 0,5% do total da União nos últimos seis anos, "o que pode ser considerado reflexo natural da política de privatização do final do século passado" diz o Ipea.
Além disso, cada vez mais o Orçamento tem sido contingenciado: "Em 2003, 39% da dotação inicial prevista no orçamento do ministério foram contingenciadas, percentual que, em 2008, chegou a 74%. O Fust, que deveria promover a universalização dos serviços de telecomunicações, apesar de arrecadar anualmente centenas de milhões de reais dos prestadores de serviços, possui diversos limitantes."
Considerando impostos e arrecadações a fundos setoriais, como Fust, Fistel e Funttel, a tributação sobre os serviços varia de 42% a mais de 60%, dependendo da região do país. Ipea alerta ainda para baixa qualidade do serviço e a baixa renda da população, que inibe a inovação no setor de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).
As empresas de telecomunicações devem investir R$ 67 bilhões entre 2010 e 2013, quantia que, segundo o Ipea, exige a volta da estatal Telebrás. "A Telebrás seria eficaz para amainar as desigualdades do acesso à telefonia e Internet rápida no país", defende o Ipea.

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