Preparado para a era da Internet das Coisas?


Proliferação de conexões M2M (“machine to machine”) já chama a atenção das operadoras em todo o mundo, que investem na oferta de serviços para os milhões de clientes.

Nos mercado desenvolvidos quase todos já têm um celular (ou dois), mas as operadoras continuam a registar mais assinantes – seis milhões em cinco trimestres, no caso da norte-americana AT&T. Os novos clientes são as máquinas que nos rodeiam, ligadas à Internet, processando informações sobre nossa vida. Por isso, dados da indústria apontam para uma questão importante: o que dizem os nossos gadgets sobre nós? Esse foi um dos principais temas discutidos por reguladores e operadoras no Mobile World Congress (MWC 2011), realizado esta semana em Barcelona.
A tecnologia M2M (“machine to machine”) refere-se geralmente a um sistema no qual um dispositivo sem fios envia dados para um sistema “back-end”, onde podem ser recolhidos e vistos. Um exemplo comum é um contador de água numa casa que, regular e automaticamente, envia os dados à empresa de água para fins de cobrança e de fiscalização. É o cerne da chamada "Internet das coisas".
A AT&T anunciou no MWC 2011 que tem parcerias com diversas empresas para oferecer novos recursos e serviços para os milhões de clientes que usam a sua rede de serviços M2M. As parcerias incluem uma com a Axeda, que oferece uma plataforma de desenvolvimento de aplicações para organizações industriais, médicas, informáticas, serviços bancários e governamentais. Outro parceiro da AT&T é a fornecedora da plataforma de aplicações ILS Tecnologia, a SensorLogic, que oferece um serviço de rastreamento e monitorização de frotas.
No evento, a AT&T mostrou algumas ideias M2M na exposição Embedded Mobile House, incluindo frascos de comprimidos com ligações sem fios, um sistema de segurança em casa, e-readers, porta retratos sem fio, tablets e consolas. A AT&T também disse que quer aumentar o seu serviço de M2M para incluir roaming em mais de 200 países até ao segundo semestre de 2011.
Já o CEO da Qualcomm, Paul Jacobs, falou da visão da sua empresa para os dispositivos ligados, o que inclui mais do que apenas M2M. “No que acreditamos é que tudo vai estar ligado. Teremos uma Internet das coisas. À nossa volta vai haver centenas ou milhares de coisas que estão em rede e capazes de serem endereçadas”, disse.  E referiu-se a uma estatística lançado no início deste ano pela Consumer Electronics Association prevendo que, até 2014, 70% dos dispositivos de consumo estarão ligados à Internet.
Em casa, por exemplo, todos os tipos de dispositivos eletrônicos, incluindo os porta retratos digitais, sistema de som, telas, consoles e controles de jogos, além dos tablets, estarão ligados sem fios, disse. E alguns irão enviar dados sem intervenção humana.
Porque estes dispositivos podem utilizar diferentes tecnologias sem fios, ele imagina que o telefone vai ser o ponto central de recolha de dados a partir dos dispositivos e para controlar alguns deles. “Uma visão fundamental para o desenvolvimento futuro da indústria é que o telefone vai estar no centro dessa Internet das Coisas e orquestrar as interações com os objetos inteligentes”, afirmou.
Mas Jacobs não se furtou a apontar alguns problemas com o M2M. Por exemplo, se as pessoas usam sensores que monitorizam a sua saúde, podem querer apenas partilhar os dados dos sensores com médicos de confiança. No entanto, se alguém tiver um acidente, essa pessoa provavelmente quer permitir que um paramédico – alguém que provavelmente nunca a tratou antes – possa igualmente acessar esses dados. "Estas são questões de privacidade que a indústria terá de resolver", salientou.

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