Luís Osvaldo Grossmann
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Convergência Digital
No
intuito de consolidar uma argumentação em contraponto à proposta da
Anatel de medição da qualidade dos serviços de internet, as empresas de
telecomunicações organizaram um seminário que, em essência, buscou
afirmar dois pontos: a definição de metas específicas - ou seja,
garantia de percentuais mínimos de velocidade - não encontra paralelo no
mundo e um eventual sistema de medição deve ser fruto do consenso e
evitar “interferências” alheias às redes das operadoras.
Em
outras palavras, a proposta de regulamento de qualidade do Serviço de
Comunicação Multimídia, que se encontra em consulta pública, deve ser
alterada. Para demonstrar o primeiro ponto, o Sinditelebrasil contratou
um estudo da PriceWaterhouse Coopers que avaliou qual o tipo de
regulação sobre internet existente em 10 países selecionados - EUA,
Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha, Coreia, Austrália, Nova Zelândia,
Chile e Índia.
As conclusões são de que em nenhum desses
mercados foram implantadas metas de padrões de qualidade, preferindo-se a
adoção de medidas de fomento à transparência que, como consequência,
conduziram a um sistema de autorregulação movida pela concorrência.
O
segundo ponto contou com a apresentação da consultoria britânica
SamKnows, responsável por testes de qualidade da internet promovido
pelas agências reguladoras OfCom e FCC, na Inglaterra e nos Estados
Unidos.
Nessa questão, há duas principais distinções entre a
metodologia utilizada naqueles países e a sugerida pela Anatel. De um
lado, a defesa de que os testes precisam eliminar as interferências
potenciais do uso doméstico, ao concentrar a medição “do modem para
fora” e até determinado trecho da rede sob relativo controle dos
provedores.
De outro, a defesa de que isso deve ser feito com a
conexão de um equipamento e não com apenas um programa instalado no
computador dos usuários, como propôs a agência brasileira, exatamente na
lógica de minimizar os efeitos das diferentes máquinas, eventuais
vírus, tipo de uso, etc.
Competição
Mas embora as
apresentações tenham garantido ingredientes que ajudam a tese das
operadoras brasileiras, também ficou evidenciado que outros órgãos
reguladores dispensaram a adoção de metas por entenderem que existe
competição suficiente nesses mercados para que medidas de transparência
alcancem os resultados almejados.
No Brasil, apesar do aparente
grande número de provedores - há cerca de 1,5 mil licenças de SCM
emitidas pela Anatel - a infraestrutura para a disponibilização do
acesso está nas mãos de poucos grupos econômicos: Oi, Net/Embratel,
Telefônica e GVT concentram, juntas, 90% das ofertas disponíveis.
Além
disso, mesmo em um mercado um pouco mais assemelhado ao brasileiro,
como é o caso dos Estados Unidos, a qualidade do acesso a internet é
superior, como indicou o estudo organizado pela FCC. Nessa avaliação dos
serviços de 13 provedores de acesso fixo, mesmo durante os horários de
pico as conexões DSL entregaram, em média, 82% da velocidade prometida.
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