As
tecnologias oferecidas pelos
aparelhos
modernos tipo smartphone
caíram no gosto dos
consumidores brasileiros.
Tanto que 70% têm intenção de trocar de celular nos próximos seis meses,
desembolsando em média R$ 492, valor 40% maior em relação a 2009.
Estudo realizado pela TNS Research International em 35 países indica que
o Brasil obteve os maiores percentuais de intenção de troca do aparelho
e de valor do tíquete médio na América Latina.
A psicóloga Paloma Koblev faz parte desta estatística. Há duas
semanas ela trocou o aparelho por outro com mais recursos. "Tenho dois
empregos, sendo que em um deles não tenho acesso à internet. Verifico no
e-mail o recebimento de exames dos pacientes que atendo no consultório e
os não comparecimentos", pontua.
Antes, a
são-caetanense tinha aparelho que não possibilitava acesso à web. Para
adquirir o Blackberry ela desembolsou cerca de R$ 800 e contratou também
um pacote com minutos e dados que possibilita utilizar a
internet de forma ilimitada.
De acordo com diretor de contas da TNS,
Alexandre Momma, o investimento em aparelho com mais tecnologia e
recursos motivará 23% das compras. No levantamento anterior, esse número
era três pontos percentuais menor, mas agora está tecnicamente empatado
com a causa ‘parou de funcionar'', seguido pelo ‘motivo roubado ou
perdido''.
"O brasileiro está buscando
celulares com mais recursos. Logo esta será a principal razão para a
susbstituições", sinaliza o executivo. As classes com poder aquisitivo
menor também mostram sua força de consumo ao dar preferência por modelos
avançados.
Aparelhos touch screen
(sensível ao toque) são os mais desejados no País, com 23% das pessoas
ouvidas pela TNS, manifestando intenção de adquiri-los. Em seguida
aparecem as versões com flip (18%) e no formato slider (deslizam para
aparecer o teclado), com 12% da preferência.
O analista de sistemas Tomás Salmeron Maiorino está de celular
novo há alguns meses. Com R$ 450, ele encomendou produto com internet
wi-fi (sem fio), MP3, câmera, entre outras funcionalidades à amiga que
viajou para os Estados Unidos. "Fiz um bom negócio, pois aqui o aparelho
custaria mais caro", salienta.
Maiorino
comenta que guarda arquivos em PDF na memória do aparelho para ler
quando está no ônibus. Além disso, ele migrou do plano pré-pago para o
pós-pago. "Também contratei pacote de dados para acessar internet,
porém, uso mais a rede wi-fi, pois assim não tenho gastos extras",
afirma.
Com a confiança do consumidor em
alta, a tendência é que a aquisição destes equipamentos avance neste
ano. O movimento alavancará ainda o mercado de telecomunicações que terá
receita adicional proveniente de conteúdo e de plano de dados.
Clientes aderem ao acesso móvel para usar redes
sociais
O usuário brasileiro de
telefonia celular aderiu com força à experiência de se conectar à
internet pelo celular para usar redes sociais, como Orkut, Twitter e
Facebook. A TNS indica que entre os consumidores, 12% acessam essas
redes a partir de seus celulares enquanto outros 18% usam a web para ver
vídeos.
O diretor da TNS, Alexandre
Momma, lembra que "conforme a demanda pelo serviço cresce, as operadoras
encontram forma de rentabilizar estes serviços".
Moradora de Santo André, a jornalista Vivian
Moscardo Malandrin não consegue mais ficar sem o aparelho que lhe
conecta aos amigos e uma infinidade de informações com apenas alguns
toques. Em dezembro, ela comprou o iPhone por R$ 1.000 e contratou
pacote de dados ilimitados por R$ 200. Antes ela tinha acesso à
internet, mas "a navegação no aparelho antigo era complicada". Sua
despesa média era de R$ 170. "Uso bastante para entrar nas redes sociais
e resolver assuntos do trabalho."
Além
disso, Vivian diz usar o Google para procurar opções de lugares para
sair com os amigos e a função de mapas para saber qual trajeto fazer
para chegar onde não conhece.
CRESCIMENTO
No País, o número de mensagens enviadas pelo
celular subiu de 67%, em 2009, para 73% em 2010.
Seguindo a tendência de popularizar os aparelhos com mais
recursos, a Motorola e a operadora TIM colocaram no mercado nesta
quinzena um smartphone por R$ 899. O Quench MB501 tem a missão de atrair
um público mais amplo, fora do mundo corporativo, tanto que será
vendido em até 12 prestações. AM
Usar internet
no telefone faz a conta ficar até 20% mais cara
Ao utilizar o
telefone móvel para acessar a web os usuários encarecem a conta em cerca
de 20%. Levantamento da empresa TNS Research International indica que
clientes que gastavam R$ 100 mensais com celular usando internet
passaram a ter despesa média de R$ 120 ao contratar um pacote de dados
com as funções inclusas.
Entre aqueles
que tinham uma conta de R$ 300 mensais, o incremento na fatura também
foi proporcional, chegando a R$ 360 no total. O diretor da TNS,
Alexandre Momma, indica que, conforme a popularização dos serviços, a
tendência é que o valor destes pacotes sejam barateados a médio prazo.
"As classes mais baixas também têm intenção de
utilizá-los", afirma o executivo. Momma destaca ainda que, em breve, o
mercado terá novidades que vão agilizar a conexão móvel e talvez novas
formas de pagamento dos serviços, que não sejam apenas a cobrança por
megabites consumidos pelo cliente, como ocorre atualmente.